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Alexandre Fonseca diz que relatório sobre o SIRESP demonstra “profundo desconhecimento”

Presidente da Altice Portugal deixa críticas ao relatório do grupo de trabalho sobre o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), que recomenda que o Governo faça alterações de fundo na rede SIRESP.
27 Junho 2019, 13h54

O presidente da Altice Portugal considerou esta quinta-feira que o relatório que recomenda que o Governo faça alterações de fundo na rede SIRESP demonstra “um profundo desconhecimento” da realidade do país e até alguma “ignorância”.

“Parece-me, desde logo, que [o estudo] é fruto de apenas uma dissertação de teor eminentemente académico que mostra um profundo desconhecimento e até mesmo alguma ignorância sobre aquilo que é a realidade do nosso país”, disse Alexandre Fonseca aos jornalistas, à margem de um evento da Altice, em Faro.

O grupo de trabalho sobre o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP) recomenda que o Governo faça alterações de fundo na rede SIRESP que podem custar até 25 milhões de euros para que seja mais seguro e dependa menos da Altice e Motorola.

De acordo com as conclusões do relatório que vai ser apresentado hoje no parlamento e a que o Público teve acesso, o SIRESP “já foi pior, mas não é seguro”, sobretudo em “situações extraordinárias”, razão pela qual os técnicos recomendam um conjunto de melhorias que no total vão implicar “um investimento de entre 20 a 25 milhões de euros”.

Para Alexandre Fonseca, o estudo pedido pelo Governo ao Instituto das Telecomunicações demonstra “algum deslocamento” relativamente àquilo que é a realidade de construção de redes num país como Portugal.

No documento, o grupo recomenda ao Governo que comece a pensar numa alteração da estrutura criando uma rede de “cabos de fibra ótica (enterrados) e/ou feixes hertzianos, sempre com redundância”, sugerindo que devem ser instalados “em cerca de dois anos” e terá um custo de “8 a 10 milhões”.

“Dizer que o que temos que fazer é esquecer as redes atuais e reconstruir, de raiz, uma rede em fibra ótica e que recorra ao enterramento dessa rede e depois falar em valores de 25 milhões de euros é totalmente surreal”, considerou.

Segundo estimou o presidente da Altice, estruturar uma rede desta dimensão, que “nunca será inferior a 40 mil quilómetros”, representaria um investimento “de mais de 1.000 milhões de euros”.

Até à sua implementação, o grupo de trabalho propõe a continuidade do sistema atual.

O grupo propõe também que o Estado desista de usar as estruturas da Altice e prefira infraestruturas próprias.

A parceria público-privada que existe desde 2006 para o SIRESP cessa a sua vigência em 30 de junho de 2021.

O Estado comprou por sete milhões de euros a parte dos operadores privados, Altice e Motorola, no SIRESP, ficando com 100%, numa transferência que vai acontecer em dezembro, decidiu o Governo em Conselho de Ministros, em 13 de junho.

A parceria público-privada vai prolongar-se até 2021, quando termina o contrato, continuando a Altice e a Motorola a fornecer o sistema até essa data.

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