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Aliança pelo Brasil: Bolsonaro entre o partido e a congregação religiosa

O novo partido do presidente brasileiro, que terá o seu filho como vice-presidente, parece ser uma mistura entre um partido político e uma congregação religiosa.
21 Novembro 2019, 22h13

O Brasil tem um novo partido: o Aliança pelo Brasil, que será presidido por Jair Bolsonaro e terá como vice-presidente um dos seus filhos, Flávio – e a sua declaração de princípios é uma mescla entre questões políticas e referências religiosas, numa mistura que transforma o novo organismo num híbrido dificilmente qualificável.

Respeito a Deus e à religião; respeito à memória e à cultura do povo brasileiro; defesa da vida; garantia de ordem e da segurança; e uma genérica luta contra o esquerdismo, são os pontos principais do novo partido. A oposição “às falsas promessas do globalismo” é outro dos princípios enumerados no primeiro congresso do partido, que decorreu esta quinta-feira num hotel em Brasília, capital política do país. O programa afirma que o partido “reconhece o lugar de Deus na vida, na história e na alma do povo brasileiro”.

O agregado tem outras novidades inesperadas. Por exemplo, os futuros filiados não podem ter alguma sido condenados em segundo grau de jurisdição pela prática de crimes hediondos e equiparados, violência contra a mulher e corrupção.

Menos inesperada é a posição do Aliança em relação às armas. O partido considera que a posse de armas é uma questão de segurança nacional e não descarta uma prática que Bolsonaro implementou desde que chegou à presidência, e que os seus críticos dizem ser a causa do aumento das mortes nas maiores cidades do país.

O partido, diz ainda o manifesto,  “se esforçará para divulgar verdades sobre crimes do movimento revolucionário, como comunismo, globalismo e nazifascismo” e estabelecerá relações com siglas e entidades de países que “venceram o comunismo”. “O Aliança pelo Brasil repudia o socialismo e o comunismo”, disse a porta-voz do partido, Karina Kufa, uma advogada que leu o manifesto para a sala, que se encontrava a abarrotar, segundo relatos da imprensa brasileira.

A primeira fila era maioritariamente ocupada por parlamentares do PSL, Partido Social Liberal, que levou Bolsonaro à presidência, que pretendem migrar para a nova sigla.

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