[weglot_switcher]

Allianz Trade estima descida de 8% nas insolvências em Portugal e subida de 6% no mundo em 2025

A Allianz Trade publicou o seu mais recente relatório sobre a evolução das insolvências. Para Portugal, a estimativa é que se registe uma queda na casa dos 8%. O seu mais recente Relatório sobre Insolvências analisa o impacto que as recentes tarifas aplicadas pelos EUA e as mudanças no comércio mundial têm sobre as insolvências […]
dividendo
21 Outubro 2025, 13h34

A Allianz Trade publicou o seu mais recente relatório sobre a evolução das insolvências. Para Portugal, a estimativa é que se registe uma queda na casa dos 8%.

O seu mais recente Relatório sobre Insolvências analisa o impacto que as recentes tarifas aplicadas pelos EUA e as mudanças no comércio mundial têm sobre as insolvências das empresas e revelando previsões atualizadas para 2027.

Segundo a líder mundial em Seguros de Crédito, no final de 2025, as insolvências de empresas à escala mundial vão estar em alta (+6%), sendo esperado o pico em 2026, marcando assim o quinto aumento consecutivo das insolvências (+5%). Já para 2027, a Allianz Trade prevê uma descida modesta (-1%) nas insolvências.

Mas, em contraciclo, as insolvências em Portugal estão em queda. Para Portugal, as estimativas da Allianz Trade apontam para uma descida de 8% das insolvências em 2025 face ao ano anterior, o que significa cerca de 2180 empresas em situação de insolvência. E uma descida muito ligeira (- 1%) em 2026.

Tarifas: impacto tardio, risco persistente

As taxas aduaneiras implementadas pela administração Trump, que atingirão uma taxa efetiva de 14% até ao final do ano, estão a ter um impacto heterogéneo nas empresas. Por enquanto, as empresas americanas têm estado bastante protegidas, beneficiando dos ajustamentos de preços dos exportadores estrangeiros e do redireccionamento generalizado de mercadorias através de países terceiros, como a Índia e o Vietname, mantendo os custos e as falências contidos.

No entanto, se o comércio mundial abrandar, várias economias que dependem fortemente das exportações poderão ser afetadas, defende a Allianz Trade.

“No primeiro semestre de 2025, os efeitos protetores das tarifas e a sua ligeira repercussão ajudaram a diminuir as insolvências nos EUA em -4 pontos percentuais, enquanto a procura positiva compensou a maioria dos efeitos negativos. Mas as economias orientadas para a exportação deverão registar um aumento das insolvências: no pior dos cenários, o Canadá poderá registar mais 1.900 empresas insolventes, a França mais 6.000, a Espanha mais 2.900 e os Países Baixos mais 700″, segundo Maxime Lemerle, analista principal do departamento de estudos sobre insolvências da Allianz Trade.

“Em contrapartida, o impacto é negligenciável na Alemanha, no Reino Unido, na Itália e na Bélgica, devido à diversificação dos mercados de exportação, a uma base interna mais elevada ou a posições financeiras mais sólidas”, afirma Maxime Lemerle.

Olhando para o futuro, a Allianz Trade espera que a resiliência das empresas seja posta à prova por três vulnerabilidades críticas. A primeira com o crescimento económico moderado, prevendo-se que o ritmo nos EUA e na Zona Euro permaneça abaixo do limiar necessário para estabilizar as insolvências. A segunda consiste nas condições de financiamento restritivas, com taxas de juro persistentemente elevadas e uma oferta de crédito limitada, que pressionam as empresas com um elevado nível de endividamento e de capital intensivo, especialmente as PME; e finalmente as fragilidades setoriais específicas, com vulnerabilidades mais agudas nos setores da construção e automóvel devido às elevadas taxas de juro, à rutura tecnológica e ao aumento da concorrência.

A Allianz Trade espera assim um aumento mais forte em 2026.

A empresa considera ainda que o boom da tecnologia e da IA pode alimentar mais insolvências.

“Nos últimos anos, a criação de empresas acelerou, em particular na Europa, onde os novos registos foram 9% superiores em 2021-2024 em comparação com 2016-2019, e nos EUA, onde os pedidos de registo de empresas são 36% superiores. Esta proliferação de novas empresas aumenta os riscos de insolvência através de múltiplos mecanismos”, lê-se na nota.

“No rescaldo da pandemia, alguns países assistiram a um aumento acentuado da criação de empresas devido a uma digitalização mais rápida e à ascensão da economia GIG [envolve a utilização de trabalhadores temporários ou freelancers em trabalhos que, geralmente, pertencem ao setor dos serviços]. Esta situação está a aumentar os riscos de falência em Itália, França, Portugal e, em menor grau, na Bélgica. Além disso, estimamos que o fim do boom induzido pela IA, um choque semelhante ao da bolha das dotcom, poderia levar a mais 4 500 empresas insolventes nos EUA, 4 000 na Alemanha, 1 000 em França e 1 100 no Reino Unido”, defende Ano Kuhanathan, Diretor de Estudos Empresariais da Allianz Trade.

 


Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.