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Alojamento local: Porto detém 70% das unidades no Norte

Depois da análise a estas três regiões, a AHRESP estuda já a possibilidade de avançar com os estudos referentes ao Algarve às Regiões Autónomas.
13 Março 2018, 17h08

Atualmente, as regiões Norte, Centro e Alentejo já refletem o “efeito regeneração”, aos mais diversos níveis, causado pelo investimento em Alojamento Local (AL). “Neste estudo, verificámos que a Norte, 56% dos imóveis estão desocupados, no Centro cerca de 50% e no Alentejo, 55%. Diante deste cenário, o Alojamento Local veio trazer uma dinâmica de regeneração, não só do património, dos edifícios, mas também do comércio, da restauração, no fundo das próprias cidades e da economia local”, sublinhou Ana Jacinto, secretária geral da AHRESP – Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal, na apresentação do Estudo de Caracterização do AL no Norte, Centro e Alentejo, realizada hoje, terça-feira, em Lisboa.

Trata-se de um estudo inédito feito pela associação em parceria com o ISCTE, a Sítios, com o cofinaciamento do COMPETE 2020 e no âmbito do seu Programa Quality, o qual visa a valorização e qualificação do AL.

A Norte, região que concentra em si a maioria (%”%) das unidades de AL das três regiões em análise, de entre as principais conclusões evidencia-se o facto de cerca de 70% da totalidade das unidades de AL se situarem na cidade do Porto, sendo que 68% são apartamentos e 23% moradias, prevalecendo as unidades de 2 quartos com capacidade para 6 pessoas. Os imóveis são sobretudo de posse efetiva (53%) e 39% foram adquiridos propositadamente para AL.

Ainda a Norte, as reservas são sobretudo efetuadas através de plataformas de aluguer,para uma estadia de 2 a 3 noites , e os hóspedes são são na sua maioria espanhóis (34%), seguidos dos portugueses (28%). Sendo na sua maioria casais ou jovens, estes hóspedes, na hora de avaliar e escolher, privilegiam a localização, a gastronomia e o apoio do anfitrião.

Para a região Centro, que viu a taxa de ocupação aumentar cerca de 36,6% nos últimos cinco anos para 40,4%), o estudo apurou que em 31% dos alojamentos, destacam-se os distritos de Leiria (com Fátima a atingir 40% e Aveiro 21%) e Coimbra com 16%. Aqui, os apartamentos atingem 46% da oferta  e as moradias 34%. As unidades de AL possuem 4 ou mais quartos, dando resposta essencialmente a famílias e grupos, e muitas disponibilizam terraço e jardim.

O Centro é a única região em que as marcações diretas ultrapassam as plataformas, sendo que a procura é liderada por pelos portugueses, seguidos pelos ingleses, brasileiros e alemães.  As suas escolhas assentam no clima (55%), gastronomia (49%)  e hospitalidade (44%).

O Alentejo detém mais de 17% do AL em estudo, sendo que esta é a menos região de Portugal Continental em termos de unidades registadas no RNAL – Registo Nacional de Alojamento Local, sendo que a maioria começou a ser registada a partor de 2015. Por aqui, Setúbal é o distrito preponderante (44%) e Grândola (34%) o concelho. Se por um lado se destaca a maioria assumida pela oferta de moradia (64%), por outro, esta é a região com mais serviços complementares: aconselhamento turístico (43%), babystting (38%).

No Alentejo, as estadias tendem a ser mais demoradas, preferencialmente pagas por transferência bancária (55%), e lideradas pelos portugueses (37%). seguem-se os brasileiros (33%) e os alemães (22%).As famílias predominam e guiam-se pela gastronomia (67%) e pelo clima (60%).

Depois da análise a estas três regiões, a AHRESP estuda já a possibilidade de avançar com os estudos referentes ao Algarve às Regiões Autónomas, para que também nestes destinos possa intervir. Ou seja, “depois conhecer a fundo, no terreno, as características do AL existente”, explica Ana Jacinto ao Jornal Económico, a associação estará então em condições de, no âmbito do já referiod Programa Quality, “trabalhar com os empresários no sentido de disponibilizarem uma oferta de qualidade, com regras e as melhores práticas”.

Considerando que a legislação existente se revelou “demasiado simplista”, mesmo atendendo ao facto de ter sido criada visando simplificar a passagem dos empresários para a economia real, para a AHRESP, importa acautelar “que não contribua para uma oferta de baixa qualidade ou que defraude as expectativas de quem procura o AL”.

Assim sendo, o Quality, um programa de adesão voluntária, sem pendor de obrigatoriedade nas medidas que apresenta, vem assegurar que aspetos que podem ser tidos como de “bom senso”, como ter um seguro contra terceiros ou salvaguardar a convivência com os vizinhos através de regras sobre o ruído, passando até pela triagem de resíduos urbanos, entre outros, sejam incorporados e adaptados na gestão de cada um dos empresa´rios do AL em Portugal.

 

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