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Alterações climáticas: Desaparecimento dos sapais estuarinos são uma preocupação para os cientistas

Os sapais contribuem para a retenção de carbono, a qualidade da água e reciclagem de nutrientes, e são fundamentais para a reprodução de peixes. 
15 Julho 2019, 13h35

Devido às alterações climáticas, os sapais estuarinos correm sérios riscos de desaparecer, tornando-se urgente a adoção de medidas de proteção e conservação destas zonas de elevada importância ecológica e socioeconómica.

Para mitigar o impacto causado por eventos climáticos extremos, mas também por atividades humanas (agricultura, urbanização, poluição), nas zonas de sapal dos estuários, está em curso o projeto de investigação ReSEt – Restauro de sapais estuarinos com vista à sustentabilidade, informa o comunicado enviado às redações, esta segunda-feira.

O investigador do laboratório MAREFOZ, em Coimbra, adverte que é urgente adotar medidas de proteção e restauro dos sapais estuarinos porque, “se nada for feito, com a subida do nível do mar prevê-se que estas zonas, que por natureza estão situadas entre marés, tendam a desaparecer, com consequências bastante negativas”. informa.

“Os sapais contribuem, por exemplo, para a retenção de carbono, a qualidade da água e reciclagem de nutrientes, e são fundamentais para a reprodução de peixes”, conclui em comunicado.

Sabendo da importância das zonas estuarinas para a sustentabilidade das pescas, já que são fundamentais para os primeiros tempos de vida de muitas espécies de peixe, os investigadores vão também explorar a hipótese de proteger e conservar a fauna autóctone do estuário do Mondego com recurso à utilização de um tanque de aquacultura como “viveiro”. Para tal, “vamos deixar entrar a água do estuário, capturando o peixe dentro desse tanque, para que seja possível avaliar quer a quantidade quer a diversidade de peixes, assim como perceber se este método pode ser usado como técnica de proteção e conservação de espécies”, adianta Tiago Verdelhos.

Financiado por fundos europeus através do Programa Operacional MAR 2020, o ReSEt junta 15 investigadores do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente das universidades de Coimbra (MARE-UC) e de Lisboa (MARE-UL), do Instituto para a Sustentabilidade e Inovação em Engenharia Estrutural (ISISE) e do Departamento de Ciências da Terra da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC).

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