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Altice diz-se “totalmente empenhada” no processo regulatório para a compra da TVI

Desmentido “rumores” de que estaria em preparação a desistência da compra da Media Capital, a Altice diz que a empresa “está totalmente focada no processo regulatório com vista à aquisição da Media Capital”, refere fonte da comunicação da empresa francesa em Portugal.
  • Cristina Bernardo
20 Novembro 2017, 21h20

Depois da notícia, não oficial, avançada pelo Jornal Económico e pelo Eco, da saída de Cláudia Goya da presidência executiva da Altice Portugal, eis que o Jornal Económico obteve a informação que estaria em curso uma tentativa por parte da Altice em França de cancelar a compra da Media Capital, dona da TVI. Confrontada a Altice respondeu que “está totalmente comprometida com o processo regulatório de compra da Media Capital”. Desmentido “rumores”, a empresa liderada por Patrick Drahi diz assim que a empresa “está totalmente focada no processo de aquisição da Media Capital, aguardando a evolução do processo regulatório”, refere fonte da comunicação da empresa francesa em Portugal.

O processo de cancelamento da compra da dona da TVI tem uma dificuldade acrescida: Há uma OPA sobre a Media Capital, em curso, que está em fase de anúncio preliminar à espera da verificação das condições impostas para o seu avanço. Um anúncio preliminar de OPA obriga ao seu lançamento, a não ser que alguma das condições da oferta não se verifique (caso não haja autorização da Autoridade da Concorrência, por exemplo). Mas em todo o caso a CMVM seria chamada a autorizar a retirada da OPA.

As nossas fontes avançam que a nova cúpula de gestão da Altice estaria a estudar a possibilidade de cancelar a compra da Media Capital à Prisa, cujo contrato de compra e venda foi assinado em julho (a OPA à Media Capital decorre deste contrato). Esta informação vem de encontro ao sinal dado pela administração do grupo francês, após a saída de Michel Combes, de que a redução da dívida e a travagem das aquisições são as novas prioridades.

O que parece estar seguro é que a empresa planeia manter a “unidade portuguesa”, Altice Portugal (ex-PT Portugal), dona da MEO e do Sapo.

É ainda de salientar que os protagonistas deste mega-negócio contratado em julho mudaram, quer do lado da Altice, quer do lado da Prisa com a saída de José Luís Cébrian.

A venda à Altice foi aprovada na semana passada por unanimidade na assembleia-geral de accionistas da Prisa, em Madrid, e foi considerada um factor-chave para equilibrar as problemáticas finanças do grupo espanhol que detém o El País.

Já sobre a saída de Cláudia Goya de CEO da Altice Portugal, uma decisão que terá sido decidida na passada sexta-feira, segundo as nossas fontes, e que se insere num processo global de reorganização do grupo, a Altice repete a declaração da MEO: “Os rumores sobre a saída de Cláudia Goya da empresa são falsos”. Questionado o porta-voz em Portugal da Altice sobre se confirmava a saída da até agora CEO da ex-PT Portugal, da liderança da empresa, mesmo mantendo-se na empresa noutra função, a resposta foi “não há mais comentários”.

A gestora chegou ao cargo de presidente executiva da Meo em julho deste ano, substituindo Paulo Neves que passou a ocupar o cargo de “chairman”, e herdou o recente dossier da compra da Media Capital, negócio que ainda precisa de luz verde por parte da Autoridade da Concorrência.

As notícias da saída de Cláudia Goya da liderança da MEO acontecem pouco tempo depois da demissão de Michel Combes da presidência executiva da Altice. O presidente executivo da Altice apresentou a sua demissão, tendo sido substituído no cargo por Dexter Goei.

Em comunicado no passado dia 10, o grupo anunciou Dexter Goei como novo presidente executivo da Altice, com este a manter também os cargos de presidente do Conselho de Administração e presidente executivo da Altice nos Estados Unidos. O cargo de chairman do grupo com sede em França voltou a ser assumido por Patrick Drahi.

Já Dennis Okhuijsen, administrador financeiro, assumiu as funções de CEO da Altice na Europa, enquanto Jérémie Bonnin passou a secretário-geral da Altice.

No âmbito da reorganização, Armando Pereira também voltou a ter um papel de destaque na gestão da Altice, passando a ser o director de operações (COO) de telecomunicações do grupo francês.

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