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Altice avança com despedimento coletivo de até 250 trabalhadores, mas mantém possibilidade de acordos de rescisão

No despedimento coletivo, os trabalhadores terão direito a 0,95 ordenados por cada ano de serviço, ao passo que nos acordos de rescisão a empresa oferece 1,4 ordenados por cada ano, sabe o Jornal Económico. Por essa razão, a dona da Meo estima que o número final de trabalhadores abrangidos pelo despedimento coletivo ronde uma centena. Administração avança com aumentos salariais e pacote de medidas para assegurar paz social na empresa.
22 Junho 2021, 12h43

A Altice Portugal vai avançar nas próximas semanas com um despedimento coletivo de até 250 trabalhadores, no âmbito de um plano integrado de reorganização da empresa, apurou o Jornal Económico. Os trabalhadores da dona da Meo já foram informados da decisão, através de um novo e-mail assinado pelo presidente executivo, Alexandre Fonseca. O operador espera que este número possa ser inferior e que muitos dos trabalhadores visados aceitem sair com rescisões por mútuo acordo, com condições mais favoráveis.

A empresa de telecomunicações acredita, no entanto, que o despedimento coletivo afetará apenas cerca de uma centena de funcionários, dado que está disponível para fechar acordos de rescisão por mútuo acordo, com indemnizações mais vantajosas. No despedimento coletivo, os trabalhadores terão direito a 0,95 ordenados por cada ano de serviço, ao passo que nos acordos de rescisão a empresa oferece 1,4 ordenados por cada ano, sabe o Jornal Económico.

Disponibilizando-se a assinar acordos de rescisão por mútuo acordo com os trabalhadores, a Altice assegura aos trabalhadores o acesso a medidas de proteção social, como o subsídio de desemprego.

No e-mail enviado aos trabalhadores, a que o JE teve acesso, Alexandre Fonseca afirma que apesar do “balanço positivo” do Programa Pessoa, que no início de 2021 levou à saída voluntária de cerca de 1.100 pessoas da Altice Portugal, a empresa “ainda está aquém do que é necessário”.

“É meu entendimento e do comité executivo, que chegou agora o momento de iniciar uma nova etapa no âmbito desta transformação da Empresa, com vista à reorganização, reestruturação e racionalização de algumas das suas áreas. Esta medida abrange menos de 300 trabalhadores e será iniciada a breve trecho pelos recursos humanos”, lê-se.

Alexandre Fonseca justifica o despedimento coletivo com o “contexto muito adverso” que o sector de telecomunicações atravessa, desde “o ambiente regulatório hostil, a falta de visão estratégica do país, o contínuo, lamentável e profundo atraso do 5G, bem como a má gestão deste dossier, e ainda as múltiplas decisões unilaterais graves da Anacom e de outras autoridades, sempre com a cobertura da tutela, e que ao longo dos últimos quatro anos destruíram significativamente valor”.

Administração avança com aumentos salariais e pacote de medidas para assegurar paz social na empresa

A administração da Altice Portugal esteve reunida com a comissão de trabalhadores do operador de telecomunicações na manhã desta terça-feira, durante a tarde irá reunir com os sindicatos do sector. Ao que o Jornal Económico apurou, a gestão liderada por Alexandre Fonseca irá anunciar um aumento salarial para todos os colaboradores do grupo, que será definido em acordo de empresa.

A Altice criou uma bolsa de apoio aos filhos dos colaboradores que vão entrar este ano (2021/2022) no Ensino Superior, mediante requisitos de boa qualificação para o acesso, num programa de apoio que conta com um orçamento anual de cerca de 1,5 milhões de euros.

O grupo Altice Portugal conta hoje com 12.500 trabalhadores diretos, dos quais 5.500 foram admitidos nos últimos dois anos. No mesmo período, a Altice Portugal investiu 100 milhões de euros em saídas voluntárias e rescisões por mútuo acordo. O grupo conta hoje, direta e indiretamente, com cerca de 17 mil trabalhadores.

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