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Altice Portugal investe 20 milhões na reposição de infraestruturas após incêndios de 2017

O CEO da Altice Portugal afirmou aos jornalistas que aos vinte milhões de euros investidos “tem de ser somado todo esforço dos colaboradores e parceiros da empresa”.
  • Cristina Bernardo
4 Julho 2018, 07h25

A Altice Portugal investiu 20 milhões de euros na reposição de infraestruturas nas áreas afetadas pelos incêndios de 2017, anunciou o presidente executivo da empresa, Alexandre Fonseca, durante uma cerimónia de homenagem ao trabalho desenvolvido pelos trabalhadores da operadora, na sede nacional da empresa, em Lisboa, na tarde de terça-feira, 6.

Numa cerimónia de homenagem organizada pelo comité executivo e pela comissão de trabalhadores para homenagear o trabalho desenvolvido pelos trabalhadores da Altice Portugal nos últimos nove meses, foi ainda apresentada uma carta conjunta de chefias e trabalhadores, onde é anunciado um plano de contingência para 2018 para responder perante uma semelhante eventualidade.

Alexandre Fonseca anunciou que 35% da rede de cobre da Altice Portugal destruída  já se encontra substituída por traçados de fibra ótica, estando só “algumas dezenas” de clientes sem o serviço reposto, por terem marcado o agendamento mais tarde. O valor anunciado significa “que 30 concelhos e mil quilómetros foram substituídos do cobre para fibra ótica”.

Nos meses de junho e outubro de 2017, a operadora de telecomunicações viu grande parte da sua infraestrutura ser destruída nos íncêndios. Os números revelados pela Altice Portgal indicam que mais de 36 concelhos foram afetados, resultando em 442 mil hectares de área queimada. A empresa viu arder cinco mil quilómetros de cabo e de fibra, mais de 45 mil postes, 456 áreas de central (cerca de 25% do total de país), além de sites da rede móvel e TDT que se perderam nas chamas.

À margem do evento de ontem, o CEO da Altice Portugal afirmou aos jornalistas que aos vinte milhões investidos “tem de ser somado todo esforço dos colaboradores e parceiros da empresa”.

Nos trabalhos de reconstrução, a Altice Portugal envolveu cerca de 1500 trabalhadores, entre meios e pessoal técnico da companhia, o que permitiu – expressa a empresa no documento conjunto do comité executivo e comissão de trabalhadores –  ter já reposta a rede e o serviço a mais de meio milhão de clientes atingidos pelos incêndios.

Alexandre Fonseca criticou ainda os números avançados em abril pela Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), que dava conta de que cerca de mil clientes nas zonas abrangidas que ainda não tinham os serviços repostos, sem explicar as razões por trás dessa dificuldade. O CEO refutou os números e explicou que o operador dá conhecimento do ponto de situação “semanalmente” ao regulador.

O presidente executivo da Altice Portugal apontou ainda dedo à NOS, que é o prestador do serviço universal de telecomunicações, afirmando que o concorrente “tem responsabilidades de prestador de serviço universal e que durante meses a fio não foi visto no teatro de operações e que depois veio dizer que os seus dois clientes não foram afetados”. E salientou que a NOS recebe anualmente 2,5 milhões de euros do Estado por essa prestação de serviço.

O serviço universal é pago através de um fundo de compensação, para o qual contribui cada operador.

“Quem criticou este esforço, com certeza não criticou com conhecimento de causa; com certeza que essas pessoas não foram, como nós, ao terreno; aqueles que criticaram, com certeza que o fizeram com outras motivações, que não aquela de puderem por em causa um trabalho inexcedível; quem criticou é que deve ser questionado a dizer porque é que criticou”, sintetizou.

Sobre o acordo com a Infraestruturas de Portugal (IP), anunciado em outubro de 2017, o responsável pela Altice Portugal disse que o contrato só foi assinada “há duas semanas”.

O acordo entre a operadora e a IP estabelece que a Altice Portugal possa usar as condutas do organismo do Estado, para fazer o enterramento da sua rede em zonas de risco elevado de incêndios.

“O acordo que existe é de mil quilómetros em três anos. Está por dias a conclusão do enterramento de 265 quilómetros na zona do Pinhal Interior”, contou Alexandre Fonseca. “Seguir-se-ão em 2018, 2019 e 2020 os restantes cerca de 750 quilómetros em regiões como o Douro, Beira Interior e Algarve”, concluiu.

Embora os incêndios de 2017 tenham acabado por exigir a alocação de meios e um investimento financeiro imprevisto e mobilização de recursos humanos, Alexandre Fonseca garantiu que tal “não perturbou o calendário” da empresa.

Aludindo aos planos de expansão da Altice Portugal, o CEO afirmou: “Estamos perfeitamente em linha com o nosso plano. Neste momento temos cerca de 4,3 milhões casas cobertas com fibra ótica da Altice Portugal e até ao final do ano iremos ultrapassar as 4,5 milhões de habitações”.

Até 2020, a Altice Portugal planeia ter 5,3 milhões de casas com rede de fibra ótica da Altice instalada, um valor que representa 100% da população coberta por fibra ótica. “Continuamos, apesar deste esforço, à frente daquilo que era o nosso plano”, assegurou o presindente executivo da operadora de telecomunicações.

Na cerimónia, o CCO João Zúquete da Silva e o CTO Luís Alvarinho representaram o comité executivo, além de Alexandre Fonseca. E em representação da comissão de trabalhadores da Meo, estiveram Hélder Ribeiro, Adolfo Oliveira e Amaro Correia (na foto em baixo).

Da esquerda para a direita: João Zúquete Silva, Hélder Ribeiro, Adolfo Oliveira, Alexandre Fonseca e Amaro Correia | Foto: Cristina Bernardo

 

 

 

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