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Altice prevê que compra da Media Capital só se concretize no primeiro trimestre de 2018

Operação de 440 milhões de euros está nas mãos da Autoridade da Concorrência. Dona da Meo diz que está disposta a aceitar os remédios necessários para que o negócio se concretize.
  • Cristina Bernardo
1 Novembro 2017, 19h12

A Altice prevê que o negócio de compra da Media Capital, proprietária da estação de televisão TVI, esteja concluído apenas no final do primeiro trimestre do próximo ano, com os remédios que forem decididos pela Autoridade da Concorrência, que a empresa está disponível para aceitar.

A Altice controla operadora de telecomunicações PT Portugal (Meo), que anunciou, a 14 de julho, um acordo com a espanhola Prisa para a compra da Media Capital, numa operação avaliada em 440 milhões de euros.

Depois dos pareceres da Anacom – Autoridade Nacional das Comunicações, não vinculativo, e da ERC – Entidade Reguladora para a Comunicação Social, que acabou por não ser vinculativo por não reunir o voto de metade dos membros do conselho regulador, o processo está nas mãos da Autoridade da Concorrência (AdC) e a Altice espera poder concretizar o negócio até ao final do primeiro trimestre de 2018, disseram ao Jornal Económico fontes conhecedoras da operação.

O parecer entregue pela Anacom foi negativo, evidenciando cinco pontos em que a operação poderá ser prejudicial ao bom funcionamento do mercado, mas a Altice considera que já respondeu às questões levantadas e mostrou disponibilidade em aceitar remédios para situações específicas, segundo as mesmas fontes.

Respondendo às objeções da Anacom, a Altice já garantiu que a TVI “continuará a ser um operador televisivo free-to-air, distribuído através de todas as plataformas existentes no mercado, sejam elas controladas pela Altice/MEO ou pelos seus concorrentes”, porque essa é a natureza do seu negócio.

As mesmas fontes rejeitam as questões levantadas pela Anacom relativas à TDT, porque consideram que este é “uma operação completamente regulada”, pelo que, não é possível existirem problemas.

Também rejeitam as dúvidas sobre o acesso a informação confidencial dos concorrentes.

A Altice acrescenta que está “empenhada em manter as relações da Media Capital com outros distribuidores, como a Nos e a Vodafone, bem como as relações da Meo com outros fornecedores de conteúdos, como o Grupo Impresa, numa base não discriminatória, tal como tem acontecido até agora”.

Os operadores de telecomunicações Nos e Vodafone já criticaram a operação, o mesmo acontecendo com o grupo de comunicação social Impresa.

O presidente executivo da Impresa afirmou que o grupo teria de reagir se a Altice comprar a TVI, mas defendeu que o fundamental é que não se concretize um “negócio muito prejudicial para o setor e para a democracia”.

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