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Altice sobre acordo de concorrentes com DST: “Resposta legítima de quem tem posição mais fraca”

O administrador financeiro da Altice Portugal, Alexandre Matos, afirmou que a empresa não tem receios quanto ao movimento da concorrência no mercado. “Pelo que sabemos, é apenas um anúncio. Se o acordo é de facto concretizado? Vamos ver se é ou não”, afirmou.
1 Agosto 2019, 16h52

As operadoras de telecomunicações Nos e Vodafone Portugal relançaram a parceria e anunciaram, em 12 de julho, ter chegado a acordo com a DST Telecom para o uso da rede de fibra ótica.

A Altice Portugal acusou de ser uma manobra “sensacionalista” e de “marketing”, tal como o Jornal Económico noticiou na sexta-feira, 26 de julho. Esta quinta-feira, 1 de agosto, o administrador financeiro (CFO) da Altice Portugal, Alexandre Matos, colocou em dúvida o acordo da concorrência.

“É uma resposta legítima de quem tem uma posição estruturalmente mais fraca do que nós na fibra óptica”, disse o CFO da operadora, num encontro com jornalistas sobre os resultados trimestrais da empresa, em Lisboa.

Em causa está um negócio que que prevê a construção de uma nova infraestrutura de fibra ótica da DST Telecom a ser partilhada pela Nos e Vodafone. Com a concretização do acordo das duas operadoras com a empresa de infraestruturação para telecomunicações, a Nos estima chegar com fibra a 5,7 milhões de casas e a Vodafone a 5,3 milhões de lares. Os número chocam com a meta da Altice Portugal para 2020, ano em que espera passar a sua rede de fibra ótica (atualmente em processo de venda) em 5,3 milhões de habitações.

No final de junho a rede de fibra ótica da Altice Portugal chegava a 4,7 milhões de casas, um número idêntico ao da Nos. Já a rede da Vodafone alcançava 3,2 milhões de lares. Aquando do anúncio do acordo com a DST Telecom, as operadoras comunicaram a celebração deste acordo, referindo que poderão chegar a mais 1,2 milhões de lares, face à atual extensão de rede que já têm em curso.

Alexandre Matos fez saber, ainda, que a empresa não tem receios quanto ao movimento da concorrência no mercado. “Pelo que sabemos, é apenas um anúncio. Se o acordo é de facto concretizado? Vamos ver se é ou não”, afirmou.

O gestor salientou também que “o ritmo de construção [de rede] não acontecerá de um dia para o outro”, considerando a hipótese de a Altice ser superada pela concorrência não se coloca. “Pode ser que se aproximem, mas só um ano ou dois depois”, reforçou.

A Altice Portugal têm em curso a operação de venda da rede de fibra ótica, que é utilizada pela Meo. A intenção dessa operação responde a uma estratégia de alienação de ativos não estratégicos e, por isso, a empresa liderada por Alexandre Fonseca tem defendido que a venda da fibra a uma empresa independente poderá abrir o mercado.

A venda da rede de fibra ótica a um player independente, por sua vez, permitirá a utilização desta estrutura pelas concorrentes Nos e Vodafone, transformando-a numa espécie de ‘REN das telecoms’. Com o acordo de Nos e Vodafone com a DST, surgem sinais de que não haverá consenso entre estes players e a Altice Portugal em matéria de fibra ótica.

https://jornaleconomico.pt/noticias/vodafone-e-nos-colocam-pressao-sobre-venda-da-rede-da-altice-472317

 

 

 

 

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