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Álvaro Siza Vieira visita pela primeira vez obras da nova sede do Banco de Cabo Verde

O arquiteto diz-se satisfeito e garante que “as coisas estão a correr muito bem” e que o “projeto é rigorosamente o mesmo” feito há duas décadas.
12 Fevereiro 2019, 07h45

O arquiteto Álvaro Siza Vieira encontra-se na Cidade da Praia, para visitar as obras da nova sede do Banco de Cabo Verde (BCV), que projetou há 20 anos. Siza Vieira também foi convidado a proferir uma palestra sobre o betão branco, um sistema de construção inédita em Cabo Verde, utilizado nas obras da futura sede do BCA. Foi longe dos holofotes da impressa, como faz questão sempre de fazer, que Siza Vieira visitou as obras do edifico da sede do Banco de Cabo Verde.

Na manhã desta segunda-feira, à margem da palestra “Sistema de Construção em betão branco”, mostrou- satisfeito sobretudo por ver concretizado um projeto desenhado há 20 anos e que não acreditava que iria sair do papel. “Numa primeira reação vi com muita satisfação uma obra que já pensava que já não se construía, a um ponto tal que a maquete que fiz, na altura, mandei-a para o Canada, onde estavam os arquivos dos meus projetos pensado que não eram precisos para nada,” explicou, a sorrir, Siza Viera.

A sede do BCV, orçamentada em 16,3 milhões de euros, está prevista terminar no primeiro trimestre de 2020. O arquiteto diz-se satisfeito e garante que “as coisas estão a correr muito bem” e que o “projeto é rigorosamente o mesmo” feito há duas décadas, com ligeiras alterações, no que se refere a infraestruturas, para atender exigência de segurança, controlo e informática.

Na palestra sobre betão branco, algo inédito em Cabo Verde, o premiado arquiteto mostrou exemplos de três obras construídas em betão branco e por ele projetadas no Brasil, China e Portugal para mostrar a qualidade da obra finalizada com este sistema de construção.

Um modelo de construção que pode ser adaptado a Cabo Verde, defende Siza vieira: “Poderá haver mais experiências prévias porque a diferença do clima influência, fiz um no Brasil, onde o clima é muito mais quente e que se punha o problema mais ainda, outro em Portugal, com um clima mais temperada, ficou demostrada a boa composição do betão branco.”

As obras da futura sede do banco central foram financiadas através do fundo de pensões dos colaboradores do banco central que iniciaram funções até 1993, e será cedida ao BCV em regime de ‘leasing’ financeiro. Como contrapartida pela utilização do edifício, o BCV assumirá as prestações mensais dos beneficiários para o fundo de pensões, passando o edifício a “custo zero” para o BCV com a extinção das responsabilidades do fundo.

O edifício, cuja primeira pedra foi simbolicamente colocada em 2000 pelo falecido presidente de Cabo Verde António Mascarenhas Monteiro, está localizado no bairro mais populoso da cidade da Praia, Achada de Santo António, será a primeira obra em África do arquiteto, Prémio Pritzker em 1992.

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