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Amazon atrai mais clientes durante a pandemia da Covid-19

Este novo ritmo da elevada procura pela venda a retalho online levou a que as ações da Amazon atingissem novos patamares. As ações atingiram o nível mais alto de sempre a 16 de abril e subiram mais de 28% este ano.
  • Gus Ruelas /Reuters
19 Abril 2020, 16h10

Se a Amazon dominou o mercado do retalho online antes do início da pandemia do novo coronavírus, há boas razões para acreditar que  a gigante tecnológica vai emergir desta crise ainda mais forte.

Sob ordens de ficar em casa, milhões de consumidores voltaram-se para mercados online como a Amazon para encomendar artigos essenciais necessários, como papel higiénico, alimentos, desinfetante para as mãos e remédios para constipações e gripes.

Porém, a elevada procura através do Amazon Fresh, resultou numa cascata de atrasos de entregas e avisos de falta de stock. Por isso, a empresa de Jeff Bezos viu-se forçada a contratar mais 100.000 novos funcionários de armazém e entrega desde março para ajudar a gerir o aumento de pedidos. Segundo os dados citados pela “CNBC” a empresa planeia reforçar a equipa contratando mais de 75.000 trabalhadores nos próximos tempos.

Este novo ritmo da elevada procura sem precedentes levou a que as ações da Amazon atingissem novos patamares. As ações atingiram o nível mais alto de sempre a 16 de abril e subiram mais de 28% no ano, em comparação com um declínio de 11% no S&P 500. Os investidores migraram para a Amazon e outras ações domésticas, como Netflix e Zoom, nos últimos meses, pois os consumidores passaram a depender dos seus serviços online à medida que o mundo atravessa as ordens de confinamento.

A perspectiva é mais brilhante do que nunca para a Amazon. Mas sua ascensão acontece numa altura muito turbulenta para a economia e o setor de retalho

Nos Estados Unidos, o país com mais vítimas mortais e casos confirmados por Covid-19, as lojas físicas que permanecem abertas enfrentam uma queda de consumidores e funcionários. Segundo as contas do site noticioso, com as vendas a retalho caíram 8,7% em março numa altura em que 22 milhões de norte-americanos solicitaram subsídios de desemprego.

Enquanto isso, a Amazon sem dúvida saiu a ganhar com os bloqueios decretados pela admnistração de Trump. A empresa já a segunda maior empregadora privada do país e ofereceu-se para contratar muitos dos trabalhadores do setor que foram despedidos como resultado da crise. Na sua carta aos acionistas emitida nesta semana, o CEO da Amazon, Jeff Bezos, disse que a empresa contratou trabalhadores desempregados de outras indústrias, incluindo um mecânico e um professor da pré-primária.

Uma pesquisa recente realizada pela RBC Capital Markets constatou que 55% dos norte-americanos encomendaram artigos online e 60% deles usaram um dos serviços da Amazon para realizar as suas compras.

A Amazon pode ter encontrado novos clientes por causa desta pandemia, mas estes podem voltar a depender do seu comércio local assim que a pandemia chegar.

 

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