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Amazon supera Google e Apple como empresa mais valiosa do mundo

Amazon lidera a lista de empresas mais valiosas do mundo. Empresa do homem mais rico do mundo vale mais 60 mil milhões de dólares que a Google e 80 mil milhões de dólares que a Apple.
  • 1. Jeff Bezos
22 Janeiro 2020, 10h21

A empresa de comércio online de Jeff Bezos continua a somar sucessos com o avançar do tempo. A Amazon permanece a sua posição de marca mais valiosa do mundo, pelo terceiro ano consecutivo, tal como conseguiu quebrar o maior valor de marca até à data alcançando os 200 mil milhões de dólares (180 mil milhões de euros), revela o último relatório Brand Finance Global 500.

Após um crescimento de 18% para 187,9 mil milhões de dólares (169,4 mil milhões de euros) no ano passado, a empresa do homem mais rico do mundo conseguiu atingir um novo máximo de 220,8 mil milhões de dólares (199 mil milhões de euros). Desta forma, a empresa vale mais 60 mil milhões de dólares (54 mil milhões de euros) que a Google e 80 mil milhões de dólares (72 mil milhões de euros) que a Apple.

Detendo atualmente o maior mercado online, a Amazon expandiu o seu portefólio e entrou para a computação na nuvem, inteligência artificial, eletrónicos de consumo, streaming digital, logística e também está a procurar entrar em outros setores. Ainda assim, a maior parte das receitas são provenientes das vendas de retalho na internet, algo que pode afetar o crescimento da empresa no futuro, declarou o relatório.

“Em novembro de 2019 foi anunciado que a Nike não venderia mais as suas mercadorias na plataforma para desenvolver os seus próprios canais de vendas diretas. A Amazon pode ter que lidar com outras grandes marcas a seguir o exemplo da Nike, o que prejudicaria a sua reputação enquanto ‘loja de tudo'”, aponta o relatório

O diretor executivo da empresa Brand Finance, responsável pelo relatório, David Haigh, comenta que “a perturbadora de todo o ecossistema do retalho, a marca que possui o maior valor de todos os tempos, a Amazon continua a impressionar as verdades dos consumidores: valor, conveniência e escolha. Atualmente, a situação da Amazon parece mais do que confortável, mas o que reservam os estrondosos anos 20?”, referindo-se ao crash de Wall Street em 1929 que gerou a mais devastadora crise económica dos EUA.

Pode o digital comprar o sucesso das empresas?

Hoje em dia é possível realizar as tarefas mais difíceis através da internet, encomendando o item necessário a um preço bastante reduzido e tê-lo em casa em menos de 48 horas.

A aposta no retalho da internet tem sido bem visível desde o início da década passada, e isso fez com que as 44 empresas do setor atingissem um valor combinado de perto de 800 mil milhões de dólares (721 mil milhões de euros). Assim, de acordo com o relatório, este setor tornou-se o terceiro setor mais valioso, apenas atrás da tecnologia e das entidades bancárias.

Um dos exemplos dados pela Brand Finance, contrastando com o da Amazon, é o do eBay. O valor desta marca de retalho tem estado a diminuir, caindo perto de 9% no ano passado para 8,2 mil milhões de dólares (7,4 mil milhões de euros). Apesar de se encontrar a realizar tentativas de diversificação nos meios de pagamentos e em novas funcionalidades, a empresa online parece não conseguir fazer concorrência a Jeff Bezos.

A empresa de comércio tradicional Walmart tem sido o exemplo ideal de renascimento. Em 2019, a empresa de comércio cresceu 14% para 77,5 mil milhões de dólares (69,9 mil milhões de euros), subindo para a oitava posição, voltando assim a entrar no top10 das empresas. No entanto, apesar de ser uma marca que só opera nos EUA, a empresa está a adaptar-se às novas tecnologias, tendo concentrado-se numa parceria com a Microsoft para lançar o Alphabot, um robô que embala os pedidos de compras online a alta velocidade.

Outro exemplo divulgado pelo relatório é o da hotelaria, colocando frente a frente os hotéis tradicionais e as plataformas de aluguer. Os hotéis e resorts Hilton continuam a liderar o setor, com um incremento de 35% para 10,8 mil milhões de dólares (9,7 mil milhões de euros), embora a cadeia de hotéis Marriott, também presente em Portugal, conseguiu aumentar as receitas em 20% para 6 mil milhões de dólares (5,4 mil milhões de euros).

Em comparação, a Brand Finance foca-se no Airbnb e no Booking que, por sua vez, apresentaram registos completamente diferentes no ano passado. Enquanto o Airbnb verificou um aumento de 28% para 10,5 mil milhões de dólares (9,5 mil milhões de euros), o seu adversário viu o negócio cair 15% para 10,2 mil milhões de dólares (9,2 mil milhões de euros), continuando a valer mais que os hotéis Marriott.

Vai a bolha da felicidade rebentar com o esforço das promessas?

Embora os aumentos tenham sido notórios, os decréscimos de valor de algumas empresas também sobressaíram. Embora não se possa afirmar com toda a certeza que a culpa tenha sido da guerra comercial, a empresa de software chinesa Baidu registou a maior queda no ranking, caindo 54% para 8,9 mil milhões de dólares (8 mil milhões de euros). Para contrariar a quebra de receitas, a Baidu está a concentrar-se em outras áreas de negócio para impulsionar o crescimento a longo prazo. Assim, a empresa chinesa está a investir na divisão da nuvem, em altifalantes inteligentes e em carros autónomos.

Contrastando com os maus resultados da empresa chinesa está a Tesla de Elon Musk. A empresa inovadora de veículos elétricos viu o seu valor crescer em 65% para 12,4 mil milhões de dólares (11,2 mil milhões de euros), após ter iniciado vendas na China, Austrália, Reino Unidos e alguns mercados da Europa Oriental.

A Uber quis elevar a sua promessa de inovação, mas o valor da marca caiu 32% para 15,3 mil milhões de dólares (13,8 mil milhões de euros), uma vez que conta com cinco concorrentes diretos. Apesar de atualmente estar a valer 37,60 dólares por ação, a perda das licenças em Londres e na Alemanha devido a falhas de segurança fez com que a empresa perdesse valor.

Uma rede social que parece estar a satisfazer os consumidores é o Instagram, que tem estado a crescer a olhos vistos. A rede social adquirida por Mark Zuckerberg em 2012 garantiu o segundo maior aumento de valor de marca no ano passado, observando um incremento de 58% para 26,4 mil milhões de dólares (23,8 mil milhões de euros).

A queda abrupta das grandes telecomunicações

O sinal de perigo foi enviado para o mundo, enquanto o negócio das telcos parece perder valor, segundo o Brand Finance. Apesar de fortes investimentos, quatro em cinco empresas de telecomunicações norte-americanas viu o seu valor de mercado cair de forma abrupta.

A empresa AT&T saiu do top10 mundial pela primeira vez em mais de uma década a liderar. A aposta da empresa num portefólio de entretenimento, na aquisição da WarnerMedia para não depender tanto no negócio tradicional das telecomunicações e no investimento em infraestrutura 5G até 2022 parece ainda não estar a dar grandes frutos, mas a empresa está confiante que o seu crescimento vai ser impulsionado com os negócios recentes.

A tecnologia 5G pode ser a grande oportunidade para a indústria das telcos, mesmo com a forte concorrência da chinesa Huawei, que pela primeira vez se colocou entre as 10 marcas mais valiosas do mundo com 65,1 mil milhões de dólares (58,7 mil milhões de euros) em valor de marca.

Ferrari volta a liderar a corrida

Pelo segundo ano consecutivo, a fabricante italiana de carros desportivos de luxo manteve a posição como a marca mais forte do mundo no Índice de Força de Marca. No total, a Ferrari atingiu 94,1 pontos num total de 100, com o forte investimento em marketing, o património das partes interessadas e o desempenho de negócio.

Com cinco novos modelos no mercado, a empresa manteve a força do símbolo e o seu valor de marca cresceu 9% para 9,1 mil milhões de dólares (8,2 mil milhões de euros). Além do luxo, a empresa quer preservar a exclusividade enquanto marca e no ano passado uniu-se ao grupo Giorgio Armani para que as coleções fossem elevadas ao nível premium.

Em segundo lugar encontra-se a empresa sob a liderança de Bob Iger, Disney. A valer 93,9 mil milhões de dólares (84,7 mil milhões de euros), a Disney tem uma avaliação de AAA+, a mesma que a Ferrari. Segue-lhe o WeChat chinês com um valor de 92,9 mil milhões de dólares (83,8 mil milhões de euros).

Também a Delloite, a Coca-Cola, a Rolex, a PwC e a PayPal se encontram na lista das marcas mais valiosas do mundo.

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