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Amorim e Mota-Engil prejudicam PSI-20. Lisboa acompanha Europa nas perdas

A dívida pública portuguesa a 10 anos dispara 10 pontos base para 0,435%, mais do que a espanhola que agrava 7,5 pontos base para 0,323% e a italiana que sobe 7 pontos base para 1,746%. Agrava ainda o prémio de risco face à divida alemã, que está em queda. Os mercados de ações fecham em queda nesta última sessão da semana.
  • Daniel Munoz/Reuters
5 Julho 2019, 17h45

Em Portugal, o PSI 20 fechou a cair 0,33% para 5.192 pontos. As ações da Corticeira Amorim e da Mota-Engil lideraram as quedas (-1,73% para 10,2 euros e -1,28% para 1,93 euros, respetivamente).

“A Mota-Engil foi das ações que mais prejudicou a performance do PSI20, tendo perdido mais de 1%. De recordar que recentemente a construtora tem beneficiado da sua elevada exposição internacional, assim como do caráter bastante cíclico da sua atividade”, dizem os analistas do BPI.

A EDP recuou 0,82% para 3,381 euros, depois da Bloomberg ter noticiado que a Brookfield, a Endesa, a Engie, a Iberdrola e a Macquarie estão interessadas em comprar os ativos de energia hidroelétrica da empresa.

Já a Galp foi ligeiramente pressionada (-0,23% encerrando nos 13,3 euros).

Os CTT (-0,96%), a EDP Renováveis (-0,87%) e a Sonae (-0,86%) também se destacam pela negativa.

A Navigator caiu -0,77% para 3,340 euros no dia em que o Jornal Económico noticia que a Egon Zhender foi contratada pela família Queiroz Pereira para escolher o CEO que substitui Diogo da Silveira que saiu em abril. O jornal diz que o anuncio deverá ser em setembro, mas fonte oficial disse ao Negócios que ainda não há datas. Já a Semapa fechou em alta de 0,47% para 12,7 euros.

Pela positiva destacaram-se ainda a Jerónimo Martins (0,32% para 14,18 euros) e o BCP (+0,21% para 0,2867 euros).

Relativamente ao mercado de dívida, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) agendou um duplo leilão de dívida de longo prazo para a próxima 4ª feira, 10 de julho, com o objetivo de angariar entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros.

O mercado nacional encerrou em baixa, seguindo, tal como previsto, a tendência dos pares europeus.

Durante a manhã, o sentimento foi de expectativa em relação ao relatório do emprego norte-americano publicado no início da tarde.

Nas principais praças europeias a queda na cotação das matérias-primas foi fator de pressão.

O analista da Mtrader, Ramiro Loureiro,  escreve que “o setor de Recursos está a ser o mais penalizado, depois de notas de que o Governo chinês pretende controlar o preço do minério de ferro após este ter atingido o valor mais elevado em cinco anos, o que levou a cotação da matéria-prima a uma correção expressiva na negociação de Singapura”.

Os preços petróleo nos EUA também estavam em queda (-0,12%) e a pressionarem o setor energético. Em termos setoriais, os produtores de matérias-primas encabeçaram as quedas, com uma desvalorização superior a 2%.

Na Europa o Brent valoriza 1,41% para 64,19 dólares.

Também as tecnológicas foram hoje penalizadas, no dia em que as empresas de semicondutores foram influenciadas pelos resultados da Samsung.  A STMicroelectronics desceu mais de 2%.

De resto a nível empresarial destaca-se a continuação da valorização dos títulos da Osram, depois do board ter aceitado a proposta de compra.

Segundo a análise do BPI, o setor bancário foi o único setor a encerrar em alta. “O Deutsche Bank subiu mais de 2%, depois de um jornal alemão, Sueddeutsche Zeitung, ter informado que a instituição financeira deverá criar uma unidade separada que irá agregar as suas atividades de transações bancárias. Entretanto, a Bloomberg informou que o banco alemão deverá já na 2ª feira começar a informar os seus colaboradores nos EUA sobre o plano traçado no fim de semana relativo à redução da sua força laboral (cerca de 20 mil de forma global)”, relata o BPI.

O fraco registo das encomendas às fábricas alemãs em maio é outra condicionante.

Na Europa o EuroStoxx 50 fechou nos 3.531 pontos (-0,37%). O  IBEX 35 caiu 0,71% para 9.334  euros; o alemão DAX recuou 0,49% para 12.568,5 pontos e o CAC fechou nos 5.593,7 pontos (-0,48%) . O FTSE de Londres caiu 0,66% para 7.553,14 pontos e o FTSE MIB de Milão desceu 0,61% para 21.985,8 pontos.

Em dados macroeconómicos destaque para a taxa de juro novos empréstimos e novos depósitos na área do euro que em maio de 2019. No que se refere a Taxa de Juro de Novos Empréstimos dos Bancos em Portugal às empresas diminuiu de 2,40% para 2,25%. No mês de maio de 2019, a Taxa de Juro de Novos Empréstimos com maturidade original até 1 ano dos Bancos (IFM) em Portugal às Empresas fixou-se em 2,30%, diminuindo 0,13 p.p. face ao mês anterior.

As taxas de juro de novos empréstimos com montantes até 0,25 milhão de euros e até 1 milhão de euros diminuíram para 2,91% e 2,57%, respetivamente, após terem registado valores de 3,00% e 2,65% no mês precedente, pela mesma ordem. Nos novos empréstimos acima de 1 milhão de euros a taxa de juro baixou para 1,70%, o que compara com 1,99% no mês anterior.

Os spreads das Taxas de Juro de Novos Empréstimos em Portugal continuam em níveis muito acima dos spreads médios da Zona Euro.

Relativamente a Espanha e Alemanha, as taxas de juro de Novos Empréstimos com maturidade original até 1 ano dos Bancos (IFM) às Empresas (SNF) passaram de 1,87% e 1,13% em abril para 1,72% e 1,10% em maio de 2019, respetivamente.

A dívida pública alemã sobe 3,6 pontos base para -0,363%. Já dívida pública portuguesa a 10 anos dispara 10 pontos base para 0,435%, mais do que a espanhola que agrava 7,5 pontos base para 0,323% e a italiana que sobe 7 pontos base para 1,746%.

Segundo o Bureau of Labor Statistics (BLS), em junho de 2019, a taxa de desemprego nos EUA foi de 3,7%, aumentando 0,1 p.p. face ao mês anterior.

O euro cai 0,57% para 1,1221 dólares.

 

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