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Amorim/Vanguard entrega hoje proposta para a compra da Comporta

É hoje até às 17 horas que as propostas vinculativas para a compra dos ativos do Fundo da Herdade da Comporta terão de ser entregues na Deloitte, em envelope fechado e na presença de um notário.
20 Setembro 2018, 07h15

É hoje até às 17 horas que vão ser entregues na Deloitte as propostas para a compra dos ativos do Fundo da Herdade da Comporta. Certa, até ao momento, só está a proposta do consórcio Amorim/Vanguard, mas a Gesfimo ainda espera que surjam mais propostas.

Recorde-se que várias entidades assinaram o acordo de confidencialidade e tiveram acesso ao data room para fazer a due diligence. Mas não há mais informações sobre se vão mesmo avançar com propostas.

Segundo as nossas fontes são esperadas duas propostas. Mas só depois das 17 horas desta quinta-feira haverá a certeza de quem apresentou uma proposta vinculativa para comprar os ativos da Herdade da Comporta.

Não é conhecido o valor da proposta do consórcio Amorim/Vanguard, mas no anterior concurso  a proposta de Claude Berda e Paula Amorim totalizava 147,4 milhões: 28 milhões em dinheiro e a assunção dos 119,4 milhões de dívida à CGD (à qual o fundo não paga juros há quatro anos). Este consórcio dizia que a proposta valia, na verdade, 156,4 milhões, porque não incluía os créditos do fundo sobre a DCR & HDC (avaliados em 8,2 milhões) nem os lotes das Casas da Encosta (avaliados em 852 mil euros). Mas neste concurso a oferta é para todos os ativos, pelo que os números serão diferentes.

Recorde-se que o valor da avaliação dos ativos do fundo registado na CMVM é de 202 milhões (avaliação que inclui equity e dívida).

A decisão de venda terá ainda de ser debatida em Assembleia de Participantes, que terá de ser entretanto convocada.

Como a Herdade da Comporta tem um empréstimo junto da Caixa Geral de Depósitos (CGD), em que por cada mês vencem 850 mil euros em juros, qualquer atraso no processo implica custos. Entre junho e setembro, já há um custo acrescido de 2,6 milhões de euros.

Recorde-se que o que está à venda na Herdade da Comporta são os ativos do Fundo Especial de Investimento Imobiliário Fechado (FEIIF), criado em 2013, que eram detidos pelo Grupo Espírito Santo (GES). O Fundo, gerido pela Gesfimo — Espírito Santo Irmãos, Sociedade Gestora de Fundos de Investimento Imobiliário, é detido na maioria pela Rioforte (59%), sociedade do antigo GES, tendo o Novo Banco uma participação de cerca de 15%.

O Fundo foi criado há cerca de cinco anos, com o objetivo de arrancar com dois projetos turísticos — Comporta Links e Comporta Dunes. São estes os ativos imobiliários que estão à venda.

O Comporta Links inclui uma área com 365 hectares, no concelho de Alcácer do Sal, onde iriam ser construídos dois hotéis, dois aparthotéis, lotes para moradias, várias unidades de aldeamento turístico e um campo de golfe com 18 buracos.

Por sua vez, o Comporta Dunes, em Grândola, visava incluir, numa área de 551 hectares de pinhal e perto da praia: quatro hotéis (um em fase de construção – o Hotel Aman, que parou com a falência do GES), um aparthotel, vários lotes para moradias, unidades turísticas e um campo de golfe (de 18 buracos) com 100 hectares desenhado por David McLay Kidd, um dos mais conceituados arquitetos do mundo (já em fase de construção).

Por último, o “pacote” inclui ainda alguns “lotes de terrenos não edificáveis, rurais e de floresta”, inseridos no Comporta Dunes, numa área de 460 hectares, somados a uma participação de 50% no capital social e direitos de voto da sociedade DCR&HDC Developments — Atividades Imobiliárias, sociedade detida pelo fundo da Comporta que desenvolve atividade imobiliária.

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