O Sindicato Independente dos Médicos (SIM) e o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) informaram hoje que o serviço de anestesiologia do Hospital Fernando Fonseca (Amadora-Sintra) estará em greve das 08h00 horas do dia 20 de maio, até às 20h00 horas do dia 24 de maio.
As duas entidades chamam a atenção no documento para os alertas dados “há mais de um ano” pelos médicos anestesiologistas do hospital Amadora-Sintra que aos Sindicatos Médicos, à Ordem dos Médicos, ao Colégio da Especialidade de Anestesiologia, ao Conselho de Administração (CA) e à Direção Clínica do HFF, sobre a existência de “várias irregularidades e de carências que afetam, com gravidade, a boa prática da sua atividade clínica e que se salientam sobretudo na atividade de urgência, embora também em outras áreas”.
As entidades acusam o Ministério da Saúde e o CA de serem os “responsáveis pela desorganização em que se encontram as urgências hospitalares e pela desarticulação de serviços de saúde, bem como pela saída dos profissionais médicos do SNS, não valorizados, desiludidos e exaustos”.
O SIM e o SMZS avisam ainda que “a grande maioria dos anestesiologistas já ultrapassou ou está quase a ultrapassar os limites máximos de trabalho suplementar anual de 150 horas” e que “os médicos fazem e continuam a fazer milhares de horas extra por ano para os serviços não fecharem”.
As reivindicações apresentadas passam pela “dotação da equipa de urgência com quatro elementos, todos especialistas, de molde a garantir que a atividade médica tenha lugar com a necessária segurança clínica, nas áreas de Bloco Operatório, Bloco de Partos, Unidade de Cuidados Pós-Anestésicos, Reanimação Intra-Hospitalar e atividade fora do Bloco Operatório, nomeadamente Unidade de Técnicas de Gastroenterologia, Unidade de Técnicas de Pneumologia, Salas de TAC e RMN e Laboratório de Hemodinâmica”.
As entidades pedem também a “contratação de mais especialistas, de forma a cumprir escrupulosamente as recomendações da Ordem dos Médicos e do Colégio da Especialidade de Anestesiologia quanto aos números mínimos indispensáveis para assegurar a atuação médica”.
Por fim, o SIM e o SMZS lançam um último apelo para que o Conselho de Administração “possa desenvolver medidas que possam ainda impedir esta forma de luta extrema e evitem o previsível cancelamento e adiamento de cirurgias”.
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