Angela Merkel mostra-se esperançada em que o acordo para o Brexit possa ser alcançado em 30 dias. O assunto esteve na ordem do dia na quarta-feira, quando a chanceler alemã recebeu o primeiro-ministro britânico Boris Johnson em Berlim, para discutirem as negociações da saída do Reino Unido da União Europeia, noticia o jornal espanhol “El Mundo”.
No final da reunião os dois líderes mostraram-se otimistas para que o acordo possa ser alcançado. Angela Merkel, referiu que seria positivo para ambas as partes ter um acordo de saída antes de 31 de outubro, data prevista para a entrada em vigor do Brexit, mas, se não houver acordo, “a União Europeia está pronta para todos os cenários”.
Já Boris Johnson assumiu que o Reino Unido “não pode aceitar” o atual acordo de divórcio com a União Europeia e que a sua ideia é renegociar o acordo do Brexit e eliminar a atual salvaguarda irlandesa, o chamado backstop, uma solução temporária para o problema da fronteira entre a Irlanda, que continuará a fazer parte da União Europeia, e a Irlanda do Norte, território britânico.
Boris Johnson diz que este mecanismo, destinado a impedir a criação de uma fronteira difícil entre os dois territórios, torna o Reino Unido um “prisioneiro” do quadro legal da UE e deve, portanto, ser “suprimido”.
A chanceler alemã por sua vez deixou a porta aberta para um acordo que evita o atual bloqueio ao mecanismo de salvaguardas irlandesas. “Talvez possamos fazê-lo nos próximos 30 dias, por que não?”, afirmou.
Macron descarta renegociações
Após o encontro com Angela Merkel na quarta-feira, Boris Johnson tem esta quinta-feira um almoço agendado com o presidente francês Emmanuel Macron. Um encontro que não se afigura fácil para o primeiro-ministro britânico dado que já hoje o líder francês avisou que renegociar o acordo de divórcio não é viável e avisou o Reino Unido de que corre o risco de ser subordinado pelos Estados Unidos caso saia da União Europeia.
O assessor da segurança nacional do presidente Donald Trump, John Bolton, disse anteriormente que os Estados Unidos apoiam o Brexit sem acordo, acrescentando que Washington iria propor uma série acelerada de acordos comerciais com o Reino Unido.
Em resposta, Emmanuel Macron questiona: “Será que o custo para o Reino Unido de um hard-Brexit, porque o Reino Unido será a principal vítima, será compensado pelos Estados Unidos da América? Não. E mesmo que fosse uma escolha estratégica, seria à custa de uma vassalagem histórica do Reino Unido”, afirmou.
O líder francês assume que “temos de ajudar os britânicos a lidar com esta crise interna democrática, mas não devemos ser reféns nem exportá-la”, afirmou o presidente francês, de acordo a “BBC”.
Emmanuel Macron diz que não vê motivos para conceder mais um atraso ao Brexit, a menos que existisse uma mudança política significativa no Reino Unido, como eleições ou um novo referendo.
Taguspark
Ed. Tecnologia IV
Av. Prof. Dr. Cavaco Silva, 71
2740-257 Porto Salvo
online@medianove.com