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Angola. Peso do petróleo nas exportações cai para menos de 75%

A balança comercial angolana registou um saldo positivo de 4.400 milhões de euros no terceiro trimestre de 2017, crescendo face ao trimestre anterior, e com o peso do petróleo a descer para menos de 75% do total das exportações.
9 Janeiro 2018, 18h07

De acordo com o documento estatístico do comércio externo do terceiro trimestre, do Instituto Nacional de Estatística (INE) de Angola, libertado hoje e ao qual a Lusa teve acesso, as exportações angolanas aumentaram 3,4% entre julho e setembro, face aos três meses anteriores, para um volume de negócios total de 1,385 biliões de kwanzas (6.999 milhões de euros).

Contudo, comparando com o mesmo período de 2016, as exportações desceram, em valor, 1,9%.

Já as importações voltaram a cair, neste caso 1,9%, no terceiro trimestre, face aos três meses anteriores, para 512.912 milhões de kwanzas (2.591 milhões de euros), mas crescendo 1,8% face ao período homólogo de 2016.

O saldo da balança comercial do terceiro trimestre de 2017 foi positivo em 873.175 milhões de kwanzas (4.400 milhões de euros), melhorando 6,8% face ao período entre abril e junho.

Só em combustíveis, Angola exportou no terceiro trimestre do ano um total de 1,029 biliões de kwanzas (5.200 milhões de euros), descendo, em volume, 18,6% face ao trimestre anterior e 22,5% tendo em conta o período homólogo de 2016.

Com este resultado, o peso do crude nas exportações angolanas desceu dos anteriores cerca de 95% para 74,3% do total das vendas ao exterior, com os têxteis e os minerais a liderarem o crescimento fora do setor petrolífero, em percentagem.

O país vive desde finais de 2014 uma profunda crise financeira, económica e cambial, decorrente da quebra da cotação internacional do barril de crude, com consequências na quantidade de exportações e importações, neste caso por falta de divisas.

Angola chegou a vender cada barril de petróleo, no primeiro trimestre de 2016, a cerca de 30 dólares, quando no mesmo período de 2014 esse valor era superior a 100 dólares.

Ao longo de 2017, a cotação tem-se cifrado à volta dos 60 dólares.

Máquinas, equipamentos e aparelhos continuam a ser os produtos mais importados por Angola, que diminuíram neste trimestre 10,8%, face ao anterior, para 113.848 milhões de kwanzas (575 milhões de euros), enquanto em produtos agrícolas o país comprou o equivalente a 71.796 milhões de kwanzas (362,6 milhões de euros) em três meses, aumentando 9% face ao período anterior, além de 26.861 milhões de kwanzas (135,6 milhões de euros) em alimentos, neste caso uma quebra de 18,1%.

Angola é atualmente o segundo maior produtor de petróleo de África, mas ainda teve de importar 6.766 milhões de kwanzas (34 milhões de euros) em combustíveis no mesmo período, um aumento de 13,8% face ao segundo trimestre, mas um corte de 82,2% tendo em conta o registo do terceiro trimestre de 2016.

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