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Ano letivo 2020/21: Colégios e escolas internacionais começam hoje a receber alunos

O Jornal Económico foi ver como se adaptou à pandemia o Real Colégio, em Lisboa, que esta terça-feira, 1 de setembro abre a creche e o pré-escolar. O ensino privado não superior conta com cerca de 2.800 estabelecimentos de ensino privado e cooperativo e 320 mil alunos. A associação do setor diz que “as escolas estão a fazer tudo para garantir a segurança”.
1 Setembro 2020, 08h10

Os portões em ferro forjado do edifício amarelo abrem este 1 de setembro, terça-feira, após umas curtas férias aproveitadas para desenhar estratégias que permitam o regresso seguro às aulas em contexto de pandemia. Estamos no Real Colégio de Portugal, em Lisboa. À semelhança deste, outros colégios, sobretudo aqueles que têm creches e pré-escolar incorporado começam a abrir as portas, tal como as escolas internacionais. Em Portugal, considerando todo o universo de creches, pré-escolar, ensino básico e secundário há cerca de 2.800 estabelecimentos de ensino privado e cooperativo em Portugal, que são responsáveis por cerca de 20% de todo o setor de ensino não superior do país. Neles estudam cerca de  320 mil alunos.

No Lumiar, o Real Colégio de Portugal, considerado um exemplo do bom ensino, começa hoje a receber alunos da creche e do pré-escolar. A seguir virão os do ensino básico e a 14 de setembro os do secundário. Com um total 359 alunos, da creche ao 12º ano de escolaridade, este estabelecimento de ensino particular, que cobre todo o percurso educativo, optou por suprimir as tradicionais sessões de apresentação, ricas em interação e convívio, para evitar o contacto.

A funcionar num edificado em que cada uma das suas cinco estruturas alberga um único grupo de alunos, o colégio ganha agora com isso. Também beneficia do facto das turmas pequenas serem a  regra. Desse ponto de vista, não foi necessário mexer em nada. O colégio vai manter-se a funcionar na organização que sempre teve, apenas com horários desfasados entre os ciclos. “Vamos ter turmas a entrar às 8h20, outras às 9h05, outras às 9h30… A diferença horária visa evitar o cruzamento entre os alunos tanto de manhã à entrada, como, na parte da tarde, à saída, mas também nos intervalos e nas horas de almoço”, explica Sandra Cunha, diretora pedagógica do Real Colégio, ao Jornal Económico (JE).

A opção teve em consideração “a preocupação relativamente aos encarregados de educação, que em setembro voltam ao trabalho. Se fossemos por uma organização em turnos estaríamos a criar-lhes dificuldades”.

Para pôr de pé esta estratégia que garante o distanciamento físico, o colégio levou a cabo obras de ampliação no refeitório e, mais uma vez, reorganizou horários. O ensaio geral deste regresso à escola foi, por assim, dizer protagonizado pelos alunos do 11.º e do 12.º, que, após o confinamento, tiveram aulas presenciais de máscara, o que agora também vai acontecer para os alunos mais crescidos, para aos professores, assistentes operacionais e outros funcionários.

“Aguardamos o início do ano letivo com tranquilidade e com esperança que tudo corra pelo melhor, independentemente do contexto em que vivemos”, salienta Sandra Cunha. Ainda assim, tudo foi preparado no pressuposto de que “à má hora não ladra cão”. Os procedimentos estão interiorizados, as salas de isolamento preparadas e a diretora conta com o Delegado de Saúde da zona, que já deu prova da sua competência. Até o cenário mais drástico foi contemplado. “Os nossos horários já foram planeados para os três cenários possíveis – presencial, a que vamos dar início nestes dias; misto, que contempla o presencial e o online com atividades autónomas; e o não presencial, na fórmula de ensino síncrono que usámos durante o confinamento – e os pais foram informados disso”, explica a diretora do Real Colégio ao JE.

José Aguiar, responsável pela Comunicação da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo, disse ao Jornal Económico que “todas as escolas estão a fazer tudo para que a segurança seja garantida ao máximo”. Cada uma está a adaptar as normas que lhe permitam funcionar em segurança à sua à sua realidade específica. Há colégios que têm circuitos de entrada e de saída diferentes, outros onde os pais não podem entrar, nos colégios Maristas será, por exemplo, medida a temperatura à entrada.

“Estamos a encarar este ano letivo com a perfeita noção do tempo em que vivemos, mas com a confiança de que com os procedimentos adequados  e com o respeito pelas regras será possível assegurar aquilo que é a missão da escola que é ensinar os alunos, privilegiando o método de ensino presencial”, afirma José Aguiar. Se, porventura, “houver a necessidade de adaptar, por alguma circunstância, para um regime misto ou para um regime a distância, as escolas também estão preparadas para essa contingência, se for o caso”, salienta aquele responsável.

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