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António Costa diz que “não podemos voltar a paralisar o país todo”

Primeiro-ministro reconhece que Portugal está “num momento crucial” no que toca à pandemia de Covid-19, com previsível aumento do número de contágios, mas afastou a repetição do confinamento de março devido ao “brutal custo” dessa “paralisação global da economia”.
  • Omer Messinger/EPA
7 Setembro 2020, 15h20

O primeiro-ministro António Costa reafirmou que “não podemos voltar a paralisar o país todo”, afastando a hipótese de um confinamento semelhante ao que ocorreu em março, aquando do estado de emergência, devido ao “brutal custo” dessas medidas de “paralisação global da economia” no emprego, no rendimento das famílias e na vida das empresas.

“Teremos que adotar as medidas que sejam necessárias e que sejam suficientes. Ou seja, não deixar de fazer tudo o que é necessário fazer para conter a pandemia, mas não fazer nada mais do que seja necessário e que seja uma perturbação excessivas para as famílias, empresas, entidades e escolas”, disse o primeiro-ministro.

À entrada da reunião de balanço da situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal, desta vez realizada na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto – após as dez primeiras terem decorrido no auditório do Infarmed, em Lisboa -, o primeiro-ministro admitiu que nos encontramos “num momento crucial em que o número de contágios vai necessariamente aumentar”, com o regresso às aulas e ao trabalho presencial, bem como a entrada na época de outono e inverno, mas afastou que o estado de contingência que passará a vigorar em todo o território a partir de 15 de setembro traga medidas que “sejam excessivas”.

Quanto à necessidade da reunião, António Costa realçou a importância de ouvir os especialistas para tentar perceber, também com base nos dados da pandemia noutros países europeus, porque é que “mais cedo do que se esperava” está a ocorrer um “aumento significativo” de casos de Covid-19.

Aconselhando os portugueses a manter as regras de higiene pessoal, proteção individual e afastamento físico uns dos outros que diminuem o risco de contágio, António Costa salientou “de março para cá aprendemos” que o cumprimento dessas regras evitou um “aumento exponencial da pandemia”. Algo que, além de evitar maior perda de vidas humanas, também terá permitido manter a capacidade de resposta dos serviços de saúde, tendo o primeiro-ministro garantido que a percentagem de ocupação de camas de cuidados continuados não ultrapassou os 63% “mesmo nos momentos mais críticos”. Mas, embora tenha dito que desde então a capacidade do Serviço Nacional de Saúde foi reforçada, Costa reconheceu que a capacidade não é ilimitada.

A Covid-19 provocou 1.843 mortes em Portugal desde o início da pandemia, com 60.507 casos confirmados, dos quais 15.648 mantêm-se ativos, 49 dos quais em cuidados intensivos.

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