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António Costa no 1º de Maio: modelo de economia competitiva “não pode assentar em baixos salários”

Num artigo de opinião publicado no Diário de Notícias, hoje dia 1º de Maio, o primeiro-ministro assume o “combate à precariedade como uma prioridade absoluta”.
1 Maio 2017, 21h51

O primeiro-ministro defende que o modelo de economia competitiva “não pode assentar em baixos salários e na limitação dos direitos dos trabalhadores” e diz que “cada posto de trabalho que corresponda a uma necessidade permanente do Estado tem de originar um vínculo estável e digno”, pois ” o “Estado tem de ser o primeiro a dar o exemplo”, escreve num artigo de opinião no Diário de Noticias de hoje, Dia do Trabalhador.

“O aumento da competitividade, neste quadro de transformação tecnológica, não poderá perder de vista a defesa da dignidade do trabalho”, alerta António Costa, que adianta que “não há industria 4.0 sem recursos humanos qualificados e estes só existem com trabalho digno”.

No artigo de opinião, António Costa defende ainda a aposta nas qualificações não só dos jovens, mas também dos adultos, uma vez que “só uma sociedade qualificada tem a capacidade de aproveitar as oportunidades da revolução tecnológica”, refere, adiantando que o caminho “tem de ser feito assegurando que a necessidade de flexibilidade económica não se constrói sobre os escombros do Estado Social”. A produtividade do mundo de hoje “constrói-se com diálogo social, atraindo e fixando recursos humanos qualificados e investindo na formação ao longo da vida”, defende.

O combate à precariedade é prioridade absoluta diz António Costa. O governante considera que “pôr fim às situações de precariedade laboral no setor público é essencial para termos um Estado mais eficiente, capaz de prestar melhores serviços”.  “Pôr fim às situações de precariedade laboral no setor público é essencial para termos um Estado mais eficiente”.

Em paralelo com as medidas de combate à precariedade, António Costa defende “a valorização do diálogo social e a criação de condições que permitam reforçar a negociação coletiva”, dando como exemplo os passos dados no setor do calçado que “constituem um exemplo para todo o país”. “Foi graças à concertação e diálogo que se conseguiu, de forma notável, recuperar um tecido económico posto em causa pela pressão internacional e crescente competitividade do setor, valorizando a inovação, apostando na formação profissional e promovendo a internacionalização”, refere.

O primeiro-ministro defende ainda que o combate à precariedade deve “envolver toda a sociedade, reforçando a fiscalização, melhorando os instrumentos de verificação de vínculos legais e promovendo a estabilidade laboral através de incentivos às empresas”.

António Costa relembrou também os números do desemprego, “que ficou abaixo dos 10% pela primeira vez desde fevereiro de 2009”, e os “150 mil postos de trabalho que foram criados num ano”, e diz que a trajetória de crescimento sustentável que está a ser trilhada “passa necessariamente por uma revalorização dos direitos laborais”.

“Agora e no futuro, temos de garantir que o trabalho será sempre trabalho com direitos”, conclui.

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