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António Guterres: “Máquinas autónomas que têm o poder de matar seres humanos devem ser banidas pelo direito internacional”

Na sessão de abertura da Web Summit, o Secretário-geral das Nações Unidas reconheceu os benefícios da tecnologia mas sinalizou os desafios que se colocam, nomeadamente quando não controladas.
5 Novembro 2018, 20h19

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu a necessidade de um maior controlo sobre a tecnologia, nomeadamente quando usada para fins que não se coadunem com o bem-comum, esta segunda-feira, na sessão de abertura da Web Summit 2018, em Lisboa.

Num painel intitulado “Nurting a digital future that is safe and beneficial for all”, António Guterres repetiu presença no primeiro dia do evento que decorre até esta quinta-feira, dia 8, e num discurso mais crítico do que no ano anterior, sobre as ameaças que a tecnologia podem trazer quando não controladas, disse que “as máquinas autónomas que têm o poder de matar os seres humanos por conta própria, sem controlo humano, são politicamente aberrantes e devem ser banidas pelo direito internacional”.

Neste sentido, apesar de salientar os benefícios que o desenvolvimento da tecnologia trouxe à sociedade, sinalizou a necessidade de “criar plataformas” e “encontrar formas de discutir e acordar” em protocolos mecanismos que permitam ao ciberespaço colocar a tecnologia como uma ferramenta para a força do bem comum.

António Guterres disse ainda que a internet “tem dado voz a pessoas marginalizadas”, mas reconheceu que é também utilizada para propagar “discursos de ódio”, “para invadir a privacidade” e para “controlar a imprensa”.

“Não foi a web que criou o populismo e a polarização da cidade, mas é verdade que a amplifica esses problemas”, disse.

António Guterres discursou após as boas-vindas de Paddy Cosgrave e das apresentações de Tim Berners-Lee, num painel intitulado “A contract for the web”, e de Lisa Jackson, num painel denominado “Apple: Business doing well by doing good”.

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