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António Ramalho disponibiliza-se para ir ao Parlamento esclarecer venda de imóveis “até em agosto”

O Novo Banco voltou a reagir às notícias publicadas sobre a venda da carteira de ativos imobiliária, realizada em 2018, sob o nome projeto “Viriato”. O CEO da instituição financeira, António Ramalho, disponibiliza-se para ir ao Parlamento prestar informações “em agosto”.
  • Cristina Bernardo
29 Julho 2020, 18h11

O Conselho de Administração Executivo do Novo Banco, num comunicado enviado às redações, questiona o timing do debate público sobre a venda de uma carteira de imóveis, anunciada e auditada em 2018 “a escassos dias de ser concluída a auditoria especial sobre esse período e antes de ouvidos os respetivos intervenientes”, que está a ser levada a cabo pela Deloitte.

“O Novo Banco não contraditará estes comentários até à divulgação dos resultados da auditoria em curso”, que está prevista entregar ao Governo e ao Parlamento até 31 de julho, sexta-feira.

“O Conselho de Administração esteve, está e estará sempre disponível para prestar todos os esclarecimentos e garantir, no que lhe diz respeito, o cabal esclarecimento por quaisquer meios das dúvidas existentes, perante qualquer órgão de soberania”, diz o comunicado.

“O Presidente do Conselho de Administração Executivo do Novo Banco não só está disponível para prestar todos os esclarecimentos no reinício dos trabalhos parlamentares como se disponibilizará em qualquer momento, até em agosto, se a Comissão de Orçamento e Finanças assim o pretender”, diz António Ramalho.

O Conselho de Administração Executivo do Novo Banco reafirma que as operações realizadas sobre imóveis “sempre o foram de acordo com os princípios de boa conduta e práticas bancárias adequadas e seguramente na estrita obediência da lei e dos contratos assinados em 2017, incluindo a gestão partilhada dos ativos protegidos que eventualmente podem gerar perdas a suportar pelo seu acionista Fundo de Resolução”.

O CEO do Novo Banco diz ainda que “o Conselho de Administração do Novo Banco não pode deixar de pugnar pelo respeito pela Instituição e os seus colaboradores que assumiram a missão de sanear um banco crucial para a Economia do País,  executando com rigor e transparência um modelo de venda e capitalização que não definiram mas que ultrapassou o cenário de liquidação que persistiu até 18 de outubro de 2017, tendo vindo a cumprir os exigentes compromisso impostos pela Comissão Europeia”.

O Novo Banco vendeu em 2018 um portfólio de quase 9.000 imóveis (8.726) por 388,9 milhões de euros, com um desconto de 45% face ao valor contabilístico bruto do portefólio (716,7 milhões de euros). A carteira, designada projeto “Viriato”, foi vendido ao fundo Anchorage Capital Group. O portefólio incluiu ativos imobiliários com usos residencial, incluindo estacionamentos, industrial, comercial e terrenos.

O Novo Banco garantiu que a operação de venda do portefólio “Viriato”, em 2018, “não foi feita a preços de saldo, mas sim a preços de mercado”, “aproveitando as boas condições do mercado imobiliário” desse ano. O banco liderado por António Ramalho diz ainda que os imóveis vendidos não “causaram prejuízos diretos ao Fundo de Resolução”, uma vez que a “generalidade dos imóveis não estão cobertos pelo mecanismo de proteção de capital”.

O esclarecimento surge depois do Público ter avançado com uma venda do conjunto de imóveis (que o jornal dizia serem 13.000) feita a um fundo registado nas ilhas Caimão em que se desconhecem os donos, com preço significativamente abaixo do registado.

Numa reação à notícia, na rede social Twitter, António Ramalho assegura que o banco sabe quem é o “beneficiário último” dos imóveis que foram vendidos. “Claro que sabemos o beneficiário último e que foi analisado detalhadamente pelo compliance do banco e feitos todos os relatórios“, escreveu na rede social, esclarecendo que “todas as sociedades são detidas pelo vencedor do concurso, a Anchorage”, e que “tudo foi publicado em outubro de 2018”. O CEO disse ainda que 83% dos ativos que integraram o projeto “Viriato” não se encontravam sob a protecção do mecanismo de capital contingente.

https://jornaleconomico.pt/noticias/claro-que-sabemos-o-beneficiario-ultimo-dos-imoveis-vendidos-pelo-novo-banco-garante-antonio-ramalho-619051

 

 

 

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