[weglot_switcher]

António Saraiva: “Portugal está na moda e António Costa trabalha bem a sorte”

O líder empresarial prepara a sua passagem de testemunho na CIP – Confederação Empresarial de Portugal. Em entrevista ao Jornal Económico, faz a leitura política da próxima legislatura, que continuará a ter António Costa como primeiro-ministro.
12 Julho 2019, 13h45

António Saraiva fica na história do movimento empresarial português como o “patrão dos patrões” – uniu a CIP, a AIP e a AEP em torno da Confederação Empresarial de Portugal. Desde janeiro de 2010 que preside à CIP, onde concluirá o seu terceiro mandato. António Saraiva diz que a carga fiscal dos portugueses “é insustentável”; que a imprevisibilidade das regras fiscais é o pior que as Finanças podem fazer às empresas; que a atual geringonça não é repetível; que o PS ganhará as próximas eleições; e que António Costa não só é “um homem com sorte”, como “tem o mérito de trabalhar bem a sorte”.

Como analisa os mandatos da sua liderança da CIP?
Foram 10 anos em que muita coisa aconteceu. O país entrou num programa de ajustamento, passámos por um período de austeridade, a entrada e as exigências da troika, a restruturação bancária, a desalavancagem que foi feita à economia portuguesa, com os 45 mil milhões que a banca retirou das empresas, que também tinham fragilidade na sua estrutura de contas e capitais próprios insuficientes.

E a insuficiência de capital melhorou?
Continuamos a tê-la. A grande maioria das empresas, apesar do ajustamento que tem vindo a fazer, está descapitalizada. Ao mesmo tempo, há uma perceção de risco mais apurada por parte das entidades bancárias – no saber popular do “gato escaldado de água fria tem medo” – e as empresas portuguesas deixaram de ter acesso a crédito alheio porque as regras de regulação e supervisão assim determinaram. As empresas portuguesas tiveram de encontrar um caminho diferente de acesso a financiamento. Com a economia a passar por um programa de ajustamento e a sofrer uma desalavancagem, ressentiu-se o emprego. A maior parte das empresas foi forçada a um doloroso ajustamento, reduzindo significativamente os seus quadros de pessoal. Além do desaparecimento de umas, houve reestruturação de outras. As famílias, com toda a carga de impostos que foi lançada e a redução de rendimentos que acarretou, passsaram por um período de dolorosa terapia.

Conteúdo reservado a assinantes. Para ler a versão completa, aceda aqui ao JE Leitor.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.