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Ao contrário de outras ‘commodities’, petróleo mantém-se imune à guerra comercial

Relatório da Edmond de Rothschild refere que enquanto os mercados estão focados no impasse EUA-China, não devem esquecer-se no impacto das crescentes tensões no Golfo de Aden.
9 Abril 2018, 16h24

O mercado de commodities tem sido abalado pela guerra comercial entre Estados Unidos e China, especialmente com os anúncios de aumentos das tarifas alfandegárias à importação de matérias-primas. Enquanto os investidores ainda tentam avaliar o potencial impacto de um conflito a nível global, o petróleo tem-se mantido imune.

“Os preços do petróleo têm sido menos sensíveis às preocupações comerciais globais e têm beneficiado de um fluxo noticioso muito positivo”, explica uma nota da gestora de ativos Edmond de Rothschild Asset Management.

A produção de petróleo nos EUA ficou praticamente inalterada em janeiro, nos 9,96 milhões de barris por dia, enquanto a procura subiu 4%. A oferta pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) foi penalizada pelos problemas na Venezuela, onde a produção diminuiu em 100.000 barris por dia em março para 1,51 milhões, limitando o total do cartel.

A Rothschild lembra ainda que a Rússia confirmou estar disponível para assinar uma extensão ou aprofundamento do atual acordo de cortes de procuração entre OPEP e outros países produtores.

Estes fatores levaram a que os preços do petróleo não tenham sofrido de forma tão intensa o sentimento negativo que tem imperado nos mercados. No último mês, o crude WTI valorizou 5,8%, negociando próximo de 64 dólares, enquanto o Brent negoceia nos 69 dólares, após um ganho de 7,9% nos últimos 30 dias.

Os analistas da gestora de ativos consideram que há ainda outros que poderão manter a tendência, explicando que “a nível geopolítico, os mercados podem estar focados no impasse EUA-China, mas devem estar cientes das crescentes tensões no Golfo de Aden”.

“O movimento Houthi, patrocinado pelo Irão, no noroeste do Iémene intensificou-se com lançamentos de mísseis na Arábia Saudita. O ataque mais recente atingiu um tanque petrolífero saudita nos estreitos de Bab-elMandeb, por onde passam cinco milhões de barris de petróleo bruto e derivados de petróleo por dia”, referiu.

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