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APB diz que bancos já reduziram 27 mil milhões de euros o malparado desde 2016

Os bancos já reduziram em mais de metade (27 mil milhões de euros) o valor bruto dos NPL face ao máximo atingido em junho de 2016. Este esforço é ainda mais significativo se considerarmos o valor de NPL liquido de imparidades. Face ao máximo histórico de dezembro de 2015, o valor de NPL líquido de imparidades registou uma descida de 62%, situando-se agora nos 11,2 mil milhões de euros.
  • Cristina Bernardo
17 Outubro 2019, 14h38

Já se encontra disponível no site da APB a Síntese de Indicadores do Sector Bancário Português referente ao 2º trimestre de 2019 e que tem por base os dados divulgados pelo Banco de Portugal.

O resultado líquido dos bancos (sem interesses minoritários) em junho caiu 3,2% face ao período homólogo de 2018, fixando-se no segundo trimestre em 970 milhões de euros. No primeiro trimestre deste ano os resultados líquidos tinham sido de 1.003 milhões.

A rentabilidade dos capitais próprios (ROE) atingiu os 8,4% (tendo por base o resultado antes de impostos no cálculos do rácio) em março estava nos 7,7%.

Nesta síntese, destaque para a melhoria do ativo com os empréstimos a clientes a crescerem 3,7% em relação ao trimestre anterior e para a continuação do reforço dos depósitos (+3,2% face ao trimestre anterior).

“Apesar do contexto de taxas de juro reduzidas, os depósitos bancários atingiram em junho o valor mais elevado de sempre (269,2 mil milhões de euros), o que representa um crescimento de 3,2% face ao primeiro trimestre do ano.

A margem financeira, também em contexto de baixos juros, subiu 3,9% em junho face ao período homólogo do ano anterior para 3,2 mil milhões de euros. As comissões por seu turno subiram 0,3% para 1,5 mil milhões. Isto fez com que o produto bancário subisse no segundo trimestre face ao trimestre homólogo do ano anterior, 3,2% para 4.901 milhões de euros.

Se expurgados do efeito de venda da operação de retalho do Deutsche Bank, os valores dos depósitos são 268 mil milhões de euros, o que representa um crescimento de 2,8% face ao primeiro trimestre.  E o crescimento do crédito a clientes é de 2,5%.

Importa ainda salientar que neste período o Rácio de NPL (non performing loans) diminuiu para os 8,3% face a 8,9% no primeiro trimestre. Este rácio era 16,6% em termos médios em 2014; 17,2% em média em 2016; 13,3% em 2017 e 9,4% em 2008.

Significa que os bancos já reduziram em mais de metade (27 mil milhões de euros) o valor bruto destes ativos face ao máximo atingido em junho de 2016, diz a APB.

Este esforço de redução do malparado é ainda mais significativo se considerarmos o valor de NPL liquido de imparidades. Face ao máximo histórico de dezembro de 2015, o valor de NPL liquido de imparidades registou uma descida de 62%, situando-se agora nos 11,2 mil milhões de euros. No primeiro trimestre somava 11,67 mil milhões.

O rácio de cobertura de NPL é de 52,2% em junho, mantendo-se em relação a março, mas maior do que no fim de 2018 que era de 51,9%.

O capital próprios dos bancos caiu ligeiramente no segundo trimestre fixando-se 35.998 milhões de euros, -0,8% face a março.

O rácio de CET1 médio é de 13,9% em junho e o de solvabilidade total fixou-se em 16,1% ambos ligeiramente acima dos rácios de março.

Publicação elaborada trimestralmente que agrega os indicadores mais relevantes do sector bancário e a sua evolução ao longo dos últimos anos, com base nas seguintes métricas: indicadores de balanço, demonstração de resultados, qualidade dos ativos, liquidez, solvabilidade e rendibilidade. A informação disponibilizada tem por base dados da APB e do Banco de Portugal.

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