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APEL pede a Siza Vieira e Graça Fonseca para reverterem proibição da venda de livros durante o confinamento

Editores e livreiros manifestam-se contra a proibição da abertura das livrarias e da venda de livros noutros estabelecimento. E advertem o Governo de que a medida anunciada nesta quinta-feira poderá levar ao encerramento de muitas empresas em dificuldades.
  • António Cotrim/Lusa
15 Janeiro 2021, 17h22

A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) enviou uma carta ao ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, e à ministra da Cultura, Graça Fonseca, na qual pedem que o Governo reverta a decisão comunicada na quinta-feira e reconheça o estatuto de bem essencial ao livro. Reagindo ao anúncio de que a venda de livros não será permitido durante a vigência do confinamento, com proibição da abertura das livrarias e impedimento de que estavam disponíveis nas grandes superfícies comerciais, a associação que representa o sector manifestou “desagrado e a profunda preocupação” com aquilo a que chama discriminação.

“Além de muitíssimo grave, esta proibição é incoerente com a decisão de manter os estabelecimentos de ensino abertos – mais de um milhão e meio de alunos e respetivas famílias, a par de mais de 100 mil professores, deixam de ter acesso facilitado aos livros, seja de leituras recomendadas seja para simples fruição”, defende a APEL na carta aos dois ministros.

Realçando que os editores “ficaram sem qualquer canal de comercialização dos seus livros”, a associação adverte o Governo que a medida poderá levar ao encerramento de algumas empresas do sector. “Não terão capacidade para sustentar toda a rede de profissionais que vivem do livro. Falamos dos autores, tradutores, revisores, paginadores, designers, gráficas e profissionais das gráficas. Todo o ecossistema que liga o autor ao seu leitor e que passa por um sem-número de profissionais editores, livreiros e profissionais do livro noutros retalhos está a partir de hoje em risco”, defende a associação.

Segundo a APEL, Portugal foi um dos países europeus em que o sector editorial e livreiro mais sofreu com a pandemia de Covid-19, com uma quebra de 17% em 2020, enquanto ocorreram crescimentos em Holanda (8%), França (6,5%), Alemanha (2%), Itália (1%) e Espanha (1%).

 

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