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Apesar de ter viabilizado OE2021, Jerónimo de Sousa diz que abstenção do PCP “marca afastamento” do PS

No discurso de abertura do XXI Congresso do PCP, o líder comunista defendeu que “o Governo não tem desculpa” para não dar resposta aos problemas atuais do país e alertou que vão ser precisas medidas para lá do OE2021.
  • Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP
27 Novembro 2020, 12h04

O secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP), Jerónimo de Sousa, referiu esta sexta-feira que a abstenção na votação do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) marca “o afastamento” face às opções e critérios do Executivo socialista. Jerónimo de Sousa defendeu que “o Governo não tem desculpa” para não dar resposta aos problemas atuais do país e alertou que vão ser precisas medidas para lá do OE2021.

“O PCP absteve-se na votação final global do OE2021 garantindo que importantes propostas e soluções possam ter tradução na vida dos trabalhadores e do povo; uma abstenção que marca o afastamento face a opções e critérios que o Governo assume no orçamento que é da sua responsabilidade”, afirmou Jerónimo de Sousa, no discurso de abertura do XXI Congresso do PCP, que decorre em Loures.

Para o líder comunista, “o Governo não tem desculpa para não dar a resposta que a situação do país e a vida dos trabalhadores e do povo exige” e, por isso, insiste que a resposta global à “grave situação que o país atravessa” exige medidas “a partir do Orçamento do Estado, mas também para lá dele”. “Este é o tempo de decididamente se intervir e lutar para assegurar a resposta aos problemas dos trabalhadores, do povo e do país”, sublinhou.

Jerónimo de Sousa referiu que, na discussão do OE2021, o PCP apresentou um conjunto de propostas que, “a serem aprovadas, tinham a possibilidade de encontrar nos vários domínios da vida económica, social e cultural as soluções necessárias”, mas que “as opções do PS não permitiram que o Orçamento acolhesse um conjunto de medidas que mais globalmente se imponha”. “Recusaram-se, a partir da convergência entre PS e PSD, medidas essenciais”, disse.

Ainda assim, reconhece que, por “persistência do PCP” foram inscritas propostas como o aumento de 10 euros nas pensões já em janeiro, o prolongamento do subsídio de desemprego e várias medidas de reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que “terão tradução concreta na vida dos trabalhadores e do povo”.

O OE2021 foi aprovado esta quinta-feira, na votação final global, com os votos a favor do PS e a abstenção do PCP, PAN, PEV e das duas deputadas não-inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

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