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Apesar do risco de Brexit sem acordo, Inglaterra deve crescer 1,2% este ano

Instituição liderada por Mark Carney reviu em ligeira baixa as previsões de crescimento da economia este ano. Alertou para a incerteza associada ao Brexit e sinalizou que o rumo da política monetária “não será automático e poderá ser em qualquer direção”.
  • Toby Melville / Reuters
7 Fevereiro 2019, 14h01

O Banco de Inglaterra reviu em baixa ligeira o crescimento da economia britânica para 1,2% este ano, menos 0,5 pontos percentuais do que em novembro, em consequência do abrandamento global e das incertezas associadas ao Brexit. Sinalizou ainda que o rumo da política monetária “não será automático e poderá ser em qualquer direção”.

No relatório publicado esta quinta-feira, a instituição liderada por Mark Carney explica que “o crescimento económico britânico abrandou no final de 2018 e parece ter mais enfraquecimento no início de 2019”. Segundo as estimativas, o PIB deverá ter crescido 0,3% no último trimestre de 2018 e 0,2% no primeiro trimestre deste ano.

O economista de mercados desenvolvidos da instituição financeira ING, James Smith, realça que a revisão das estimativas do Banco de Inglaterra é “mais acentuada” do que o esperado.

“Isso reflete, em parte, o cenário global mais fraco, mas suspeitamos que ele também possa refletir o risco crescente de que o prazo final do Brexit pode ter que ser estendido, prolongando a incerteza muito além de março”, referiu numa nota.

O banco central, que tem alertado para os impactos dos efeitos de um hard Brexit, realça que o cenário marcoeconómico está dependente da fórmula de acordo no divórcio entre o Reino Unido e a União Europeia.

“As perspectivas económicas continuarão a depender significativamente da natureza da saída da União Europeia”, nomeadamente “os novos acordos comerciais entre a União Europeia e o Reino Unido; se a transição é abrupta ou suave; e como as famílias, empresas e mercados financeiros respondem”, realçam.

Mas o banco central, que manteve as taxas de juro inalteradas – a taxa de referência é de 0,75% – alertou que “a trajetória apropriada da política monetária dependerá do equilíbrio desses efeitos sobre a procura, oferta e taxa de câmbio”.

“A resposta da política monetária ao Brexit, seja qual for  sua forma, não será automática e poderá ser em qualquer direcção”, antecipa.

O economista de mercados desenvolvidos da instituição financeira ING, James Smith, sublinha que “ao faltar apenas 50 dias para o Brexit, não é de surpreender que o Banco da Inglaterra tenha assumido uma postura mais dovish com todas as incertezas”.

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