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APREN concorda com o anúncio de encerramento das centrais a carvão em Portugal

Em comunicado, a APREN salienta que “esta decisão não está isenta de riscos e de alterações nos resultados socioeconómicos, que têm que ser acautelados”.
5 Novembro 2019, 16h57

A Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN) está de acordo com o anúncio feito pelo primeiro-ministro António Costa sobre as datas concretas de encerramento das centrais a carvão de Pego e de Sines, entre 2021 e 2023. Em comunicado emitido esta terça-feira, 5 de novembro, a associação considera que “este encerramento não só é tecnicamente possível como desejável, no âmbito de uma estratégia de transição energética ambientalmente sustentável, que promova a coesão social e aumente o rendimento disponível do consumidor, através da redução incremental do preço da eletricidade”.

No passado dia 25 de outubro, na cerimónia de tomada de posse do XXII Governo Constitucional, António Costa fez o anúncio do encerramento das duas centrais, num cenário de transição que “havia sido insistentemente recomendado pela APREN, de forma a alcançarmos uma trajetória custo-eficaz de descarbonização da geração de eletricidade e de redução dos custos globais para o sistema elétrico nacional”.

Contudo, a APREN salienta que “esta decisão não está isenta de riscos e de alterações nos resultados socioeconómicos, que têm que ser acautelados”, dado os riscos que “estão relacionados com a segurança do abastecimento elétrico nacional e com o possível aumento da dependência de importações de energia elétrica de Espanha”.

Desta forma a associação sublinha que “é fundamental ser atempadamente concluído o aproveitamento hidroelétrico do Alto Tâmega que, com a sua capacidade de bombagem de 880MW, permitirá ter uma capacidade de reserva deste montante, contribuindo positivamente para o equilíbrio de preços no mercado, e para que, em situações extremas de consumo ou de escassez de produtibilidade renovável, se reduza a dependência de importação de Espanha a preços excessivos ou eventualmente especulativos”.

A APREN acrescenta ainda que com o encerramento das duas centrais “tem de ser acautelada a perda de empregos locais e a mitigação dos consequentes impactos sociais negativos que podem ser gerados, principalmente nas regiões específicas onde se localizam as centrais”, salientando que “o desenvolvimento de novas formas de produção com base renovável e uma dinâmica de crescimento da economia podem gerar emprego para estas pessoas”, mas que “deverá também ser dada atenção a outras atividades económicas locais que serão igualmente afetadas”, cabendo “às empresas detentoras destes centros electroprodutores, em parceria com as entidades oficiais, estabelecer o melhor plano a prazo de reaproveitamento ou realocação dos trabalhadores envolvidos, de modo a minimizar eventuais impactos económicos e sociais negativos nas regiões afetadas”.

Olhando para os prós e contras, a APREN acredita que esta decisão do Governo “é fundamental em termos estratégicos para o crescimento e desenvolvimento sustentáveis da economia nacional, e no combate às alterações climáticas”.

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