O governo catalão enviou esta manhã ao Senado espanhol um documento com as suas alegações contra a aplicação do artigo 155 da Constituição. O prazo para a entrega das explicações terminava às 10 horas desta quinta-feira (9 horas em Lisboa), mas, apesar de a os argumentos da Generalitat terem chegado exatamente às 10h03, foram aceites pela Câmara Alta.
Na missiva do executivo liderado por Carles Puigdemont, de oito páginas, a Catalunha nomeia Ferrán Mascarell para representante do presidente e sublinha que também poderão falar Josep Lluís Cleries e Miquel Angel Estradé. “Para resolver o que o governo do Estado descreveu como uma grave situação e extraordinária, vai-se criar uma situação extraordinária ainda mais séria, ao tirar a autonomia política da Catalunha”, explica o governo de Barcelona.
Algumas fontes da Câmara Alta ouvidas pelo jornal espanhol El País confessaram que o pequeno atraso na receção das alegações causou momentos de confusão e discussão técnica sobre se eles poderiam ser aceites, acabado por, então, ganhar a admissão.
Às 17 horas locais (menos uma em Lisboa), o Senado espanhol dá início ao debate para a votação das medidas extraordinárias que o governo de Mariano Rajoy quer aplicar na região autónoma da Catalunha, no âmbito da aplicação do artigo 155 da Constituiçãod do país, para conseguir bloquear a declaração de independência dos catalães.
Conoce el #ordendeldía de la Comisión conjunta que se reúne esta tarde a partir de las 17h https://t.co/HXIlWj2N0F pic.twitter.com/wjLR1TzcBj
— Senado de España (@Senadoesp) October 26, 2017
#Bondia, el #president @KRLS intervé al ple del #Parlament sobre l'aplicació de l'article 155
— Govern. Generalitat (@govern) October 26, 2017
Independência é a única opção
Numa entrevista à Associated Press, divulgada esta quarta-feira, o vice-presidente da Catalunha disse que a decisão do governo de Mariano Rajoy de impor uma regra fixa deixou os separatistas com pouca escolha senão a de avançar para a criação de um Estado catalão soberano.
Oriol Junqueras afirmou que estava a “trabalhar para construir uma república”, uma vez que entendem que “existe um mandato democrático para estabelecer essa mesma república”. O titular da pasta da Economia e Finanças do governo catalão frisou ainda que acredita “que o governo espanhol não nos oferece outra opção senão a de defender os direitos civis e os direitos dos cidadãos através das melhores ferramentas que as nossas instituições têm”.
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