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As exportações foram ligeiro “balão de oxigénio”

Houve um aumento de 6% nas exportações para a União Europeia e em mais de 25% para os mercados extra-União Europeia.
13 Novembro 2021, 10h00

As exportações são parte essencial do negócio para o setor, de acordo com Jorge Tomás Henriques, presidente da Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA), em declarações ao Jornal Económico. Quando, durante este período pandémico, as empresas se depararam com um panorama económico muito instável no mercado interno, as exportações foram um ligeiro “balão de oxigénio”, sendo que no final de 2020 se registou “um crescimento ténue de 0,25%, face a 2019”, isto segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, analisados pela FIPA, sublinha o presidente da federação do setor. Jorge Tomás Henriques assegura, no entanto, que os resultados deste ano voltam a ser mais animadores. “Analisados os dados de 2021 já disponíveis, referentes ao acumulado de janeiro a agosto, assinalamos um crescimento a rondar os 12%”, isto em relação ao período homólogo. Utilizando como referência comparativa a fase pré-pandemia, “no acumulado destes oito meses obtivemos um crescimento de 13% face a igual período de 2019”, sendo que houve um aumento de 6% nas exportações para a União Europeia e em mais de 25% para os mercados extra-União Europeia. Jorge Tomás Henriques destaca, também, que as empresas continuam altamente empenhadas em desenvolver estes fluxos de exportação. Os objetivos passam, por um lado, “pela consolidação em mercados tradicionais como Espanha, França, Brasil, Itália ou Reino Unido e, por outro, por procurar expandir e solidificar as transações com economias como as do EUA e da China”, sendo que para este último o crescimento das exportações foi de cerca de 32% em 2020.

Que desafios se colocam
Para Jorge Tomás Henriques, nesta altura é inevitável colocar no topo dos desafios todo o contexto atual, “em que assistimos a disrupções mundiais das cadeias de transportes e logística com a escassez e encarecimento de serviços”. É um cenário que irá manter-se, acredita o presidente da FIPA. “Portugal terá de ter posições firmes para que o tecido empresarial da indústria agroalimentar – maioritariamente composto por micro, pequenas e médias empresas – não perca competitividade mediante medidas estruturais que abarcam questões de política económica, alimentar e ambiental”, acrescenta. Para o líder da federação do setor, o sucesso das exportações não depende apenas do empenho das empresas, “mas assenta também na capacidade dos Governos de concretizar estratégias comerciais fortes”. Uma das provas disto mesmo são os dados de um estudo, realizado pelo Centro Comum de Investigação da Comissão Europeia, sobre os efeitos económicos de 12 acordos comerciais, defende Jorge Tomás Henriques. “São considerados acordos com economias como Canadá, Japão, Mercosul ou Austrália e a previsão aponta que, até 2030, sejam conseguidos crescimentos substanciais das exportações e mais moderados das importações”, resultando num aumento da balança comercial agroalimentar positiva líquida da UE, que podem chegar aos mil milhões de euros, de acordo com o presidente da FIPA.

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