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Asiática Immunefi levanta 5,5 milhões para caçar ‘bugs’. CEO está em Portugal e quer recrutar

Empresa criou uma plataforma para reporte de bugs (‘bug bounty’) em aplicações descentralizadas, que têm por trás tecnologia blockchain. “Vamos gastar [o capital] na aquisição de tecnologia de segurança de ponta e na construção da equipa de resposta a emergências de elite no sector”, disse ao JE o fundador e CEO, Mitchell Amador.
28 Outubro 2021, 17h40

A Immunefi, uma startup com sede em Singapura cujo CEO trabalha a partir de Portugal, levantou 5,5 milhões de dólares (cerca de 4,7 milhões de euros) numa ronda de investimento liderada pela gestora de criptoativos norte-americana Electric Capital e na qual participaram ainda a Blueprint Forest, Framework Ventures, Bitscale Capital, P2P Capital, IDEO Colab, The LAO, BR Capital, 3rd Prime Ventures, North Island Ventures e investidores particulares.

Fundada em 2020, a empresa asiática, que tem mais dois trabalhadores em Portugal e cinco clientes, desenvolveu uma plataforma em bug bounty (para relato de bugs) nos sistemas criptográficos e outros serviços de segurança para aplicações descentralizadas (DeFi), protegendo mais de 50 mil milhões de dólares (aproximadamente 43 mil milhões de euros) em fundos de utilizadores.

“Vamos gastar [parte do montante angariado] na aquisição de tecnologia de segurança de ponta e na construção da equipa de resposta a emergências de elite no sector. A Immunefi tem cinco clientes em Portugal, mas o DeFi é um espaço global e distribuído, por isso é até bastante difícil falar sobre os países para determinados projetos”, disse ao Jornal Económico (JE) o fundador e CEO, Mitchell Amador.

“O DeFi é único porque as vulnerabilidades no código representam uma possibilidade de perda direta do dinheiro dos utilizadores. Os bug bounty são convites abertos aos pesquisadores de segurança para encontrar essas vulnerabilidades em troca de uma recompensa e provaram ser uma das maneiras mais eficazes de lidar com falhas críticas de segurança”, referiu ainda.

A equipa da Immunefi é composta por 34 colaboradores, entre os quais estão três que trabalham a partir da cidade de Lisboa. O CEO pretende avançar com contratações de talentos locais para conseguir quase quadriplicar o número de funcionários do grupo até ao final do ano. Sabe-se que o alvo são programadores particularmente experientes em sistemas de DeFi, de acordo com o comunicado enviado à imprensa esta semana, mas a empresa não detalhou os objetivos de empregos para o mercado nacional.

A empresa destaca a importância deste tema com o facto de ano passado os hackers terem roubado cerca de 120 milhões de dólares dos protocolos DeFi, em 15 ataques separados. Desde o início deste ano, existiram pelo menos 23 ataques de cibercriminosos, resultando em roubos de mais de 1,7 biliões de dólares.

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