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Associação da Guarda diz que André Ventura fez “aproveitamento político” da manifestação

O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) considerou “um aproveitamento político” o facto de deputado do Chega, André Ventura, ter usado o palco da manifestação.
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    José Sena Goulão/Lusa
21 Novembro 2019, 20h28

O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) considerou hoje “um aproveitamento político” o deputado do Chega, André Ventura, ter usado o palco e um megafone da organização da manifestação de polícias para fazer um discurso.

Mais de 13 mil elementos da PSP e militares da GNR manifestaram-se em Lisboa, junto ao parlamento, para exigir que o Governo cumpra as promessas e atenda às suas reivindicações de melhorias salariais e profissionais.

Vários outros políticos foram cumprimentar os manifestantes em frente à Assembleia da República e prestar declarações à comunicação social, mas André Ventura foi mais longe e subiu ao palco improvisado numa camioneta e usou o megafone da organização do protesto para fazer um discurso para a multidão.

Contudo, César Nogueira, líder da APG/GNR, discordou da postura do deputado, apesar de admitir um empolgamento devido à quantidade de pessoas envolvidas no processo.

“Percebo que o empolgar de alguns apoiantes do André Ventura que o levasse a fazer esse discurso, não o devia ter feito porque nós somos polícias, somos apartidários, muitos até não concordam com as ideologias do Chega e por isso não o deveria ter feito”, disse à agência Lusa.

O dirigente associativo afirmou que André Ventura deveria ter feito o que fizeram outros deputados que vieram cumprimentar os manifestantes, “mas não mais nada do que isso”.

“Nós queremos os discursos, as intervenções e as iniciativas dentro parlamento, não nas nossas manifestações porque isso é um aproveitamento político e não queremos ser conotados com partido algum, somos de todos e de nenhum partido”, declarou.

Questionado pela Lusa, César Nogueira admitiu que Ventura possa não o ter feito de propósito, que possa ter sido por um empolgar de momento de alguns manifestantes que o queriam ouvir falar.

“O que é certo é que como deputado deveria perceber que nós polícias somos apartidários e queremos que a manifestação tenha o foco das nossas revindicações. Tudo isso é que nos importa, tudo o resto é desviar a atenção daquilo que pretendemos”, sublinhou.

Quanto à ameaça de uma nova greve a 21 de janeiro caso o Governo não resolva as reivindicações da classe, o dirigente da APG/GNR afirmou que o protesto só acorrerá se o Governo não contemplar no Orçamento do Estado para 2020 verbas para responder às exigências dos elementos das forças de segurança.

“Caso não vejamos contemplado no Orçamento do Estado para 2020 o montante para solucionar parte das reivindicações teremos que vir fazer outra manifestação no dia 21 de janeiro para mostrar novamente esse descontentamento, porque estamos fartos de promessas”, explicou.

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