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Associação de taxistas admite estar a formar motoristas de plataformas como Uber e Cabify

A Federação Portuguesa do Táxi acusou esta sexta-feira uma entidade formadora pertencente à ANTRAL de estar a promover cursos para motoristas das plataformas eletrónicas, o que a associação confirmou e “não considera estranho”.
  • Miguel A. Lopes/Lusa
23 Novembro 2018, 13h26

A Federação Portuguesa do Táxi (FPT) acusou esta sexta-feira uma entidade formadora pertencente à Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL) de estar a promover cursos para motoristas das plataformas eletrónicas, o que a associação confirmou e “não considera estranho”.

“Após confirmação que a entidade formadora pertencente à Antral está a promover cursos de formação profissional para motoristas de TVDE (transporte de passageiros em veículos descaracterizados), é premente o seguinte esclarecimento: A FPT demarca-se totalmente da decisão de negócio da Antral”, refere uma nota hoje publicada pela Federação na sua página da rede social Facebook.

No esclarecimento aos associados, a FPT acrescenta ainda que, “por relevantes questões éticas e de princípios, não dá, nem nunca dará formação profissional que legitime o TVDE”.

“Num quadro de coerência com três anos de combate à concorrência desleal, a FPT garante aos seus associados e a todos os profissionais lealdade inabalável ao táxi e ao seu futuro como serviço público”, pode ler-se ainda no curto esclarecimento.

Contactado pela agência Lusa, Florêncio Almeida, presidente da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários em Automóveis Ligeiros (ANTRAL), esclareceu que a entidade formadora Protaxisó é “uma empresa virada para a formação, que sempre deu aos taxistas e tem o dever de dar a quem a procura, sendo para esse fim que está certificada”.

“As entidades existem para prestarem serviços na aérea daquilo que estão certificados é isso que a Protaxisó faz”, frisou.

Questionado sobre se era normal a associação prestar formação aos futuros motoristas do transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma eletrónica, Florêncio Almeida considerou “não ser estranho”.

“Não estamos contra as pessoas, se estas têm de ter formação, têm de ter alguém que a dê”, frisou, acrescentando que, “se a Uber está legal, não há problema nenhum”.

A Protaxisó surge na página da internet como associada da ANTRAL e define que tem à sua disposição vários cursos de formação, incluindo “a que é obrigatória para obtenção do certificado de motorista”.

“Além disso, assegura a realização de exames psicotécnicos e de medicina no trabalho e presta outros serviços, para variados fins, nomeadamente a obtenção de atestados médicos e a renovação de cartas”, acrescenta.

A Lusa tentou contactar, sem sucesso até ao momento, o presidente da Federação Portuguesa do Táxi.

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