[weglot_switcher]

Associações da fileira de carne nacional de bovino exigem redução dos preços da energia

Nove associações portuguesas do setor juntaram-se para exigir ao Governo diversas medidas para fazer face à crise provocada pela pandemia de Covid-19.
22 Julho 2020, 18h10

Nove associações empresariais da fileira de produção de carne nacional de bovino juntaram-se e exigiram diversas medidas ao Governo para superar a crise provocada pela panedamia da Covid-19, reclamando, entre outras iniciativas, a descida dos preços da energia, seja na eletrcidade, seja nos combustíveis.

“Defendemos (…) a redução dos custos fixos de energia (eletricidade e gasóleo) nas explorações agrícolas, nas agroindústria e indústrias alimentares. Considerando tratar-se de custos fixos demasiado elevados quando comparados com os nossos principais concorrentes, defendemos que os preços da eletricidade e do gasóleo deveriam ser revistos em baixa sendo este, obviamente, o momento certo para o fazer”, exigem estas associações, em comunicado.

As associações signatárias desta rede de parceiros, subscritora do referido comunicado são a ACCLO- Associação dos Comerciantes de Carnes do Concelho de Lisboa e Outros; AMECAP- Associação de Matadouros e Empresas de Carnes de Portugal; ANEB – Associação Nacional dos Engordadores de Bovinos; APED – Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição; APIC – Associação Portuguesa dos Industriais de Carnes; FENAPECUÁRIA – Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Produtores Pecuários; FEPABO -Federação Portuguesa de Associações de Bovinicultores; FERA – Federação Nacional das Associações de Raças Autóctones; e a TECMEAT – Centro de Competências do Setor Agroalimentar para o Setor das Carnes.

“Um conjunto de entidades representativas de todos os elos da fileira da produção pecuária nacional pretende chamar a atenção para a importância da produção pecuária, em particular dos ruminantes, no fornecimento de um alimento seguro, saudável, sustentável e acessível para a população portuguesa, o que se torna ainda mais relevante nestes tempos de pandemia da Covid–19”, sublinha o comunicado em questão.

No entender dos responsáveis destas associações, “Portugal precisa da contribuição da fileira agroalimentar e, tal como até agora, não iremos falhar na nossa missão de alimentar os portugueses”.

“Importa referir que este é um setor que gera e cria milhares de postos de trabalho, contribuindo também para fixação de população aos territórios, fomentando o equilíbrio e a sustentabilidade dos mesmos”, relembra o documento, acrescentando que “produtores, industriais e retalhistas mostram a sua preocupação sobre estes tempos, mas também o seu forte empenho em continuar a produzir e a disponibilizar alimentos de qualidade para os portugueses”.

Segundo estas nove associações da fileira nacional do bovino, “é nosso objetivo continuar a servir o país através das nossas atividades, mas precisamos também de apoio político, através de medidas transversais que sejam capazes de criar sinergias positivasem toda fileira”.

“Deve ser um desígnio nacional defender e aumentar a nossa soberania alimentar, e, naqueles produtos que formos capazes de aumentar o nosso grau de aprovisionamento, como a carne, devemos fazê-lo pois temos condições naturais para isso o mesmo”, advogam as referidas associações, insistindo que “são tempos de mudanças que devem ser aproveitados para afirmar o setor”.

Entre poutras medidas preconizadas, estas associações dizem que “a relação entre a fileira agroalimentar e o Estado deve também ser alterada, nesse sentido, propomos alteração do Código dos Contratos Públicos de forma a fomentar a aquisição de bens agroalimentares nacionais para/pelos refeitórios públicos”.

“Esta é uma medida que vai ao encontro das tendências europeias de economia circular e mercados de proximidade mais sustentáveis ambientalmente e equilibrados em termos económicos”, garantem estas associações.

São também exigidas alterações ao nível legal. “Este é também um tempo de clarificação, a carne tem uma ‘denominação legal’ prevista no anexo I do Regulamento (CE) nº 853/2004, para onde remete o nº 2 f) do artº 2º do Regulamento (UE) Nº 1169/201. No entanto, não existe na UE qualquer legislação que impeça a atual utilização em denominação de venda de produtos de origem vegetal “que aludem” frequentemente a produtos de origem animal”, alertam estes responsáveis.

Por isso, “no âmbito da defesa da produção e indústria da carne na União Europeia [UE] e da transparência na informação ao consumidor, as propostas de várias entidades e associações europeias, no sentido da não permissão de utilização de termos como bife, salsicha, hambúrguer, entre outros, eram esperadas ser avaliadas pela Comissão Europeia, através da Direção Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural da UE e, discutidas na sessão plenária de abril de 2020”.

“A atual situação mundial da pandemia Covid-19, vem exigir um maior apoio do Governo português à fileira da carne de bovino em Portugal, que aqui representamos, e para o qual pedimos o apoio na defesa das posições das associações da produção e indústria da UE, que subscrevemos, no sentido de colocar as designações de carne, preparados de carne e produtos cárneos, na mesma base de legal que atualmente tem o leite e os produtos lácteos”, conclui o referido comunicado.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.