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Atentados de Paris: três anos depois, o que mudou na ‘cidade-luz’?

Três anos depois dos atentados, Saint-Denis, o Bataclan e os residentes locais voltam à normalidade. Mas a memória daquela noite perdura.
13 Novembro 2018, 16h58

Foi na noite de 13 de novembro de 2015 que 130 pessoas perderam a vida e mais de 350 ficaram feridas nos ataques de Paris, em Saint-Denis e na mítica sala de concerto parisiense, Bataclan, num atentado levado a cabo pelo autoproclamado Estado Islâmico.

Já passaram três anos mas o presidente do XI arrondissement, François Vauglin (a cidade de Paris está divida em 16 ‘quarteirões’ ou áreas), onde se deram os dois ataques, lembra que a memória daquela noite continua presente na comunidade. “É um trauma partilhado que, pouco a pouco, é digerido”, disse a um jornal local. “Mas somos tantos que conheceram pessoas que perderam a vida ou que se magoaram”.

Para não esquecer “as vidas ceifadas”, o jornal francês Le Monde tem uma página com as fotografias e o perfil de cada uma das pessoas que perderam a vida naquela noite. Os jornalistas deste jornal, quando compilaram a informação para fazerem este “memorial digital”, descobriram que os atacantes resolveram apontar para “a juventude, a inteligência, a cultura, a educação e a tolerância”.

Sandrine Gensburger, uma socióloga local, reconhece que a comunidade próxima do Bataclan está a passar por uma fase de “normalização”, depois de, nos meses a seguir ao atentado, o espaço público ter sido “invadido por homenagens”. Atualmente, são os turistas, que cada vez mais procuram conhecer o recinto, que”estão a oficializar as homenagens”, explica.

O retorno à normalidade observa-se a partir do próprio site do Bataclan, que já tem concertos agendados até ao dia 23 de outubro de 2019. Mas por trás deste regresso à normalidade e ao sarar das feridas, escondem-se as dificuldades por que os pequenos negócios de restauração, perto da sala de concertos. Proprietários de bares dizem à comunicação social local que perderam “metade do negócio” depois da noite dos atentados.

Pascal, o gerente do bar L’Apérock, explica que “antes, nas filas de espera para entrarem dentro do Bataclan, as pessoas bebiam até quatro bebidas. Hoje, bebem uma ou, por vezes, nenhuma”.

No dia de hoje, estão marcadas seis cerimónias em homenagem aos que caíram naquela noite. O presidente francês, Emanuel Macron cedeu o seu lugar ao primeiro-ministro, Edouard Philippe. A acompanhá-lo estarão a presidente da câmara, Anne Hidalgo e até o mayor de Londres, Sadiq Khan, vão marcar presença.

 

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