[weglot_switcher]

Atividade económica na zona euro cresce ao ritmo mais baixo dos últimos cinco meses

Os índices de gestores de compras para a economia da zona euro sinalizam uma retoma em pleno curso, mas com um ritmo mais baixo do que nos últimos meses, um cenário consistente com a ideia de que o pico da retoma no espaço da moeda única poderá já ter sido ultrapassado.
23 Setembro 2021, 15h45

Os índices de gestores de compras (PMI) referentes à zona euro recuaram no mês de setembro e de forma transversal aos vários sectores da economia da moeda única, revelam os dados provisórios da IHS Markit conhecidos esta quinta-feira. Os números divulgados apontam para a manutenção da expansão da atividade económica, embora a um ritmo mais baixo do que nos últimos meses.

O PMI composto para a zona euro caiu para 56,1, um recuo em relação aos 59,0 calculados para agosto e um mínimo de cinco meses nesta série, estima a IHS Markit. Já no que respeita ao indicador referente aos serviços, este decresceu até aos 56,3, depois dos 59,0 de agosto, constituindo assim um mínimo de quatro meses. O PMI da produção industrial, que havia registado igual valor aos restantes sub-índices no mês anterior, também caiu para um mínimo de oito meses, recuando até aos 55,6.

Um valor acima de 50 representa uma expansão da atividade do sector, enquanto que uma contração da atividade refletir-se-á num PMI abaixo deste número. Assim, os valores estimados para setembro apontam para um abrandamento do crescimento económico, um cenário consistente com a noção de que, embora a recuperação na zona euro esteja em claramente em curso, o pico da retoma poderá já ter sido ultrapassado.

A produção industrial continuou a sofrer com os atrasos no fornecimento e constrangimentos na cadeia de abastecimento, aos quais se junta uma procura superior à oferta. Estes efeitos levam a uma maior pressão de preços no produtor, com os custos empresariais a subirem ao ritmo mais elevado dos últimos 21 anos, refere o relatório da IHS. Este aumento é passado ao consumidor, resultando no terceiro aumento mais rápido de preços das últimas duas décadas, apenas ultrapassado pelos valores de junho e julho deste ano.

“A leitura de setembro revela uma combinação indesejável de um crescimento económico abruptamente mais lento e preços a aumentar rapidamente”, refere Chris Williamson, economista-chefe da IHS Markit.

“Por um lado, um ligeira abrandamento em relação aos máximos de duas décadas vistos no início do verão já seria expectável. Por outro, as empresas têm ficado crescentemente frustradas com os atrasos no abastecimento, com a escassez e até com o aumento constante do preço dos bens intermédios”, explica, acrescentando que esta situação contribuiu decisivamente para a pioria das perspetivas económicas no espaço da moeda única, que caiu pelo terceiro mês consecutivo, cifrando-se agora em mínimos de janeiro.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.