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Huawei confiante que vendas não serão penalizadas pelo atraso do 5G em Portugal. Um quarto dos smartphones vendidos no país são Huawei

A Huawei lançou este mês uma nova gama de smartphones com capacidade de aceder à rede 5G. Apesar da rede ainda não estar ainda disponível em Portugal, a marca chinesa não vê obstáculos nas vendas. Empresa garante que 25% dos smartphones em Portugal são Huawei e prevê crescimento de receitas na operação global da marca no país.
27 Outubro 2020, 17h30

A Huawei lançou este mês uma nova gama de smartphones na sua série Mate 40, uma gama que está preparada  para aceder à quinta geração da rede móvel (5G). Mas ainda não existe rede 5G em Portugal. Ainda assim, a Huawei não acredita que as vendas dos seus smartphones 5G, em Portugal, sejam penalizadas pelo atraso do lançamento da rede 5G no país. De facto, a marca considera ter uma posição sólida, reclamando 25% de quota de mercado na categoria de smartphones.

“Estamos a falar de equipamentos de um segmento de topo de gama, onde nós colocamos toda a nossa tecnologia”, afirmou o diretor de vendas da Huawei Consumer Business Group (BCG) para Portugal, Tiago Flores, ao Jornal Económico, à margem da apresentação dos novos produtos da Huawei no mercado português para 2021, esta terça-feira.

Ou seja, o 5G é ainda uma tecnologia recente – por explorar em Portugal – e os primeiro produtos não estão a ser colocados no mercado a preços acessíveis. Mas, de acordo com Tiago Flores, com o lançamento da nova rede móvel à porta é o consumidor que exige smartphones já preparados para o 5G, sendo essa oferta “uma prova de futuro”.

“Consideramos crítico colocar nestes equipamentos um chipset [conjunto de componentes eletrónicos] que, apesar de dar para [redes] 3G ou 4G, está também preparado para o 5G”, acrescentou o gestor. Isto, porque “os consumidores, neste nível de preço, já estão à procura sempre da melhor experiência e de um produto preparado para o futuro”. E esse  futuro poderá chegar “em três, quatro, cinco ou seis meses” e, por isso, o consumidor português quer estar preparado, segundo o responsável da Huawei CBG.

Na verdade a chegada de mais uma gama preparada para aceder ao 5G é, segundo a estratégia da Huawei, mais uma forma de diversificar o ecossistema da marca e, no limite, ajudar a reforçar a sua posição no mercado, incluindo o mercado português. Ou seja, a nova gama de smartphones com 5G é vista como uma mais-valia para as vendas da marca.

25% dos smartphones em Portugal são Huawei. Marca prevê crescimento das receitas em 2020
Uma mais-valia para impulsionar a marca que, no final do segundo trimestre do ano, vendeu apenas 104,2 mil smartphones em Portugal, de acordo com dados da IDC para a região EMEA (Europa, Médio Oriente e África). Ora, esse volume de vendas traduziu-se, em termos homólogos, numa redução da quota de mercado para 21% (entre abril e junho de 2019 a quota da Huawei era de quase 30%).

A quebra poderá ser explicada pelo impacto da pandemia e pela influência negativa que a pressão norte-americana têm gerado na operação global da Huawei. Mas é uma quebra assinalável, tendo em conta que a Samsung, líder do mercado de smartphones em Portugal, registou uma quota de 32% (apenas um ponto percentual abaixo do período homólogo de 2019).

Tiago Flores admite ao JE, ainda, que o facto de a Huawei estar numa “fase de transição” – passar dos serviços Google para o serviços mobile só da Huawei – contribuiu para essa quebra. Contudo, a Huawei prefere olhar para o mercado português como um todo e não apenas para o segmento de smartphones.

De acordo com Tiago Flores, há dados a ter em conta. O primeiro, é que a marca continua a ser a segunda maior no mercado de smartphones, apesar de ter perdido terreno no segundo trimestre. Mas, no final do terceiro trimestre, “cerca de um quarto dos smartphones vendidos em Portugal são marca Huawei. Portanto, temos uma presença muito forte”, afirmou o diretor de consumo da Huawei Portugal.

“O segundo grande ponto é que a Huawei, desde o início do ano, tem desenvolvido um ecossistema muito mais abrangente dentro da sua área de negócio, como os computadores ou tablets e smartwaches, e essas categorias temos desenvolvido de forma muito rápida”, acrescentou o gestor.

Desta forma, “a presença total” da Huawei no mercado português “até saiu reforçada”, no final do verão. “No segmento dos computadores representamos já 10% do mercado”, sublinhou, tendo em conta os produtos lançados nesse segmento, no início de 2020.

“A nossa faturação total vai crescer, precisamente por causa destas novas áreas de negócios que estamos a integrar”, disse o gestor,

Assim, para o diretor de vendas da Huawei Consumer Business Group, Tiago Flores, o caminho para o quarto trimestre do ano é “continuar a diversificar portfólio e aumentar o ecossistema” da marca chinesa, através do lançamento de novos equipamentos.

“As categorias onde nós já estávamos a ter uma performance muito significativa vão ser muito importantes neste último trimestre, como por exemplo os wearebles e os computadores. Essas categorias aliadas aos smartphones, categoria que está em transição, vai-nos permitir chegar ao final do ano com um crescimento de negócio em Portugal acima do registado em 2019″, afirmou.

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