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Augusto Santos Silva: “a politica externa portuguesa não se caracteriza pelo ciúme nem pela dor de cotovelo”

O ministro dos Negócios Estrangeiros diz os dois países vão “intensificar” e “desenvolver” o relacionamento económico e político através de um programa estratégico que vai ser assinado em Luanda durante a visita de António Costa na próxima semana.
16 Setembro 2018, 11h15

Em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios, o ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu que as visitas do PM português a Angola e posteriormente a deslocação do PR angolano a Portugal, vão permitir intensificar e desenvolver o relacionamento entre os dois países. Uma relação que é para ir “construindo gradualmente” e que por parte de Portugal nunca esteve em causa.

Augusto Santos Silva não se compromete quando lhe é perguntado se Angola vê Portugal como parceiro estratégico e remete a questão para o Programa Estratégico de Cooperação que vai ser assinado em Luanda na terça-feira.
De resto adianta quea estratégia angolana de alargar as suas parcerias a outros países não incomoda Portugal porque “a politica externa portuguesa não se caracteriza pelo ciúme nem pela dor de cotovelo”.

O ministro dos Negócios Estrangeiros garantiu ainda queo chamado “irritante” nas relações Portugal/Angola, condicionou apenas o trabalho ao nível político e diplomático mais elevado. A queda no volume das trocas comerciais ficou a dever-se apenas à crise económica em Angola.

O MNE acredita que agora há condições para dar um novo impulso ao relacionamento comercial entre os dois países e intensificar a cooperação nas áreas de soberania, nomeadamente ao nível da segurança. Nesta entrevista, Augusto Santos Silva adiantou ainda que o regime fiscal para residentes não habituais, não vai acabar.

Sobre o Brexit, o ministro dos Negócios Estrangeiros acredita queé possível chegar a acordo com o Reino Unido para a saída da UE, porque a alternativa terá “efeitos devastadores” na economia europeia, sendo que os britânicos serão os mais prejudicados.(Clip 8) Admite no entanto que há planos de contingência, que não passam por inscrever no orçamento uma verba específica, tal como fez a Dinamarca, para o cenário de um “hard” Brexit.

Relativamente à Hungria, Portugal concorda com a aplicação do artigo sétimo do Tratado de Lisboa e vai ser assim que vai votar no Conselho Europeu, quando estiver em cima da mesa a instauração de um processo disciplinar por violação do direito europeu. Já em relação à votação do Orçamento do Estado para 2019, Augusto Santos Silva adianta quea sua “previsão” é que a maioria que aprovou o OE de 2018 seja a mesma que vai aprovar o OE de 2019.

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