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Quais os países europeus que estão a impor o recolher obrigatório?

A Europa está debaixo de fogo com o aumento de novos casos de Covid-19. Vários países estão a aplicar medidas restritas para tentar diminuir a taxa de contágio, nomeadamente o recolher obrigatório.
  • SERGIO MORAES / REUTERS
21 Outubro 2020, 11h30

Um aumento de casos de Covid-19 em toda a Europa tem feito com que os países tomem medidas restritivas, optando por não recorrer a um confinamento geral como aconteceu em março, abril e maio. Desde a imposição do recolher obrigatório a confinamentos localizados em zonas que verificaram um elevado aumento de casos, que países já tomaram ações para diminuir as infeções?

Itália

Em Itália, que está a ser severamente afetada novamente, a região de Campânia vai pedir autorização para impor um recolher noturno obrigatório, que deverá iniciar-se na próxima segunda-feira. Também a Lombardia, que durante a primeira vaga de infeções do novo coronavírus foi das mais afetadas em Itália, recebeu luz verde para um recolher obrigatório entre as 23 horas e as 5 horas da manhã.

As autoridades de saúde italianas já alertaram que os sistemas de saúde correm o risco de ficar sobrecarregados, prevendo-se ainda um aumento do internamento em unidades de cuidados intensivos, sendo que as camas estão a esgotar-se a um ritmo acelerado. De forma a evitar um confinamento geral, o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, está a dar liberdade às cidades para decidirem as suas próprias restrições, com muitas a optar por um recolher obrigatório, encerrando bares e restaurantes.

Irlanda

Devido a um aumento bastante elevado de novos casos, a Irlanda tomou a decisão radical de impor um novo confinamento geral, apesar das escolas permanecerem abertas. A partir desta quarta-feira, este novo confinamento entra em vigor durante as próximas seis semanas, de forma a amenizar o ritmo das infeções.

Assim, de acordo com o primeiro-ministro irlandês, Micheál Martin, os negócios não essenciais devem encerrar e os restaurantes e bares estão limitados a vender alimentação em modo take-away, além das viagens terem um limite máximo de cinco quilómetros de distância quando não se trata de trabalho. Leo Varadkar, ex-primeiro-ministro, estimou que 15 mil irlandeses devem perder o seu emprego com este novo confinamento.

Espanha

A situação epidemiológica em Espanha também não se mostra muito favorável, comparando com o resto da Europa. O governo de Pedro Sánchez foi dos primeiros a declarar um bloqueio em Madrid devido ao aumento de casos que não conseguiam controlar, considerando aplicar ainda um recolher obrigatório, diminuindo o contacto que os cidadãos tinham entre si nos bares e restaurantes.

Também a comunidade de Navarra, no norte de Espanha, anunciou um confinamento de duas semanas, uma medida mais rígida do que as impostas em Madrid. Neste caso, os cidadãos só podem sair da região para trabalhar, estudar e cuidar de família. As lojas que se mantenham abertas podem abrir apenas com 40% da capacidade total mas têm de fechar portas às 21 horas.

Alemanha

Também o governo alemão optou por confinar a região da Baviera durante esta semana devido ao aumento exponencial de casos a que se estava a assistir. A região de Berchtesgadener Land, na Baviera, tem sido das mais afetadas e o governo decidiu colocar um confinamento de duas semanas para diminuir o ritmo de infeção.

No entanto, vários políticos, representantes de distritos e especialistas admitem que outras regiões também podem ter de enfrentar confinamentos localizados, caso os números de infetados com Covid-19 continuem a aumentar. Ainda assim, as restrições vão depender de como as autoridades de saúde conseguem conter a incidência do vírus.

Bélgica

A situação epidemiológica na Bélgica também não parece favorável, com o ministro da Saúde belga a admitir que o país está a observar um “tsunami” de novos casos a atingir o país, tendo o governo imposto um recolher obrigatório entre a meia-noite e as 5 horas. Caso os hospitais não consigam controlar a taxa de novas infeções, os virologistas assumem a necessidade de se aplicar um novo confinamento, semelhante ao que foi imposto em março e abril.

Desde a passada segunda-feira que os cafés e restaurantes encerraram, de forma a reduzir o contacto, e proibindo a venda de álcool a partir das 20 horas, mas as autoridades de saúde mantêm dúvidas perante esta medida, uma vez que no mês de setembro a maioria dos belgas não respeitava as regras de distanciamento social impostas, reunindo-se em casa de amigos e familiares.

França

Em França, o presidente Emmanuel Macron anunciou que nove regiões vão ter recolher obrigatório, e que o mesmo terá a duração de seis semanas, de forma a que os profissionais de saúde consigam controlar a situação nos hospitais e achatar a curva de novas infeções.

Macron considerou que este recolher obrigatório, à semelhança de outros países europeus, é “pertinente” enquanto um novo confinamento seria “desproporcional”. O recolher funciona das 21 horas às 6 horas, e encontra-se imposto em île de France (região parisiense), Lille, Ruão, Saint-Etienne, Toulouse, Lyon, Grenoble, Aix-en-Provence e Montpellier.

Reino Unido

Apesar do Reino Unido não impor recolher obrigatório aos seus cidadãos, os bares e restaurantes têm de encerrar a partir das 22 horas, diminuindo as hipóteses dos cidadãos se juntarem em grupos superiores a seis, quebrando uma restrição em vigor. Atualmente, Inglaterra tem ativo o sistema de três níveis, que impõe restrições consoante o nível designado para a região.

Londres aumentou o alerta para o segundo nível, proibindo o ajuntamento de famílias dentro de casa, sendo que atualmente Liverpool se encontra no nível mais elevado de alerta.

País de Gales

O País de Gales vai impor, a partir de sexta-feira, um confinamento obrigatório de 17 dias, com término a 9 de novembro, sendo que o objetivo da medida é “provocar um choque brusco e rápido” no combate à pandemia, permitindo o achatamento da curva ascendente de novas infeções. Durante as duas semanas, os habitantes têm de permanecer nas suas habitações e privilegiar o teletrabalho, sendo que todos os serviços não essenciais também vão permanecer encerrados até ordem do governo.

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