[weglot_switcher]

Aumento de casos de Covid-19 na Suécia destrói esperanças de imunidade coletiva

Ao contrário de outros países que impuseram bloqueios rígidos em lojas, bares, restaurantes e ginásios, a Suécia manteve instalações semelhantes abertas durante a pandemia, e a utilização de máscaras ainda não é oficialmente recomendada fora dos hospitais.
  • Noruega  e Suécia (8º e 9º lugares respetivamente) evidenciam uma boa performance no que respeita à produtividade do setor privado e às práticas de gestão.
12 Novembro 2020, 17h18

À medida que uma segunda vaga de infeções de Covid-19 assola a Suécia, a esperança das autoridades em criar uma imunidade coletiva através de medidas adversas ao confinamento é cada vez menor. A Suécia tem neste momento uma média diária de novas infeções de quatro mil casos, números que estão a sobrecarregar os hospitais e as unidades de saúde do país, segundo o “The Guardian”.

Ao contrário de outros países que impuseram bloqueios rígidos em lojas, bares, restaurantes e ginásios, a Suécia manteve instalações semelhantes abertas durante a pandemia, e a utilização de máscaras ainda não é oficialmente recomendada fora dos hospitais.

Stefan Lofven, primeiro-ministro sueco, afirmou que “todos os indicadores estavam a caminhar na direção errada”. Perante o aumento do número de casos, Lofven pediu a todos os cidadãos que “sigam as recomendações”, sublinhando que “cada decisão que tomamos é importante”.

O governo anunciou que iria proibir a venda de bebidas alcoólicas em bares, restaurantes e discotecas após as 22h00 de 20 de novembro e até ao final de fevereiro. Estocolmo proibiu visitas a lares de idosos e Gotemburgo deve seguir o exemplo.

Esta quinta-feira, dia 12 de novembro, a Suécia acrescentou mais quatro regiões à lista das que estão sob medidas locais mais rígidas, em linha com uma abordagem que, desde o início da crise, tem pedido – em vez de ordenar – que as pessoas cumpram os conselhos das agências de saúde sobre distanciamento físico e sanitário.

Anders Tegnell, epidemiologista chefe do país, disse durante uma conferência de imprensa que os números dos casos mostraram “um grande aumento na semana passada” e “certamente aumentarão” novamente nesta semana.

Tegnell insistiu que o objetivo é atrasar a propagação do vírus para que os serviços de saúde possam lidar com isso – mas também disse repetidamente que espera que a segunda vaga de Covid-19 na Suécia envolva relativamente menos casos do que os países que impuseram restrições mais duras, devido a um nível mais alto de imunidade esperado.

No entanto, todos os estudos realizados até agora sugerem que a imunidade dentro e nos arredores de Estocolmo é significativamente mais baixa do que o previsto pela agência nacional de saúde. 20%  dos testes à Covid-19 na capital na semana passada foram positivos, em comparação com 16% e 8,4% nas semanas anteriores, informou a agência de notícias nacional “TT”.

Os hospitais suecos têm em tratamento 1.004 pacientes para Covid-19, disse a “SVT”, um aumento de 60% em relação aos 627 da semana anterior. Dados do Centro Europeu para Prevenção e Controlo de Doenças sugerem que o aumento nas últimas semanas poderá ser o mais rápido da Europa.

O número de novas infeções também está a aumentar, atingindo uma média de sete dias de mais de 4 mil nesta semana, um número bastante superior aos menos de 500 registados no início de outubro. O país registou 4.635 novas infeções esta quinta-feira.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.