Bastonária dos Enfermeiros criticada por aumento salarial com retroativos
Antigos responsáveis da Ordem dos Enfemeiros e outros profissionais estão a contestar a atual bastonária da Ordem, Ana Rita Cavaco, por fazer aprovar aumentos salariais para os elementos dos órgãos sociais da Ordem, incluindo a sua própria remuneração, com efeitos retroactivos a 2016, noticia o “Jornal de Notícias”, esta sexta-feira, 17 ed agosto.
No ano em que Ana Rita Cavaco tomou posse como bastonária da Ordem dos Enfermeiros, em 2016, foi criado por sua iniciativa um subsídio de função para os membros dos órgãos nacionais e regionais da Ordem. A proposta foi aprovada em Maio, numa assembleia-geral realizada no Funchal, com um quórum de cem profissionais, de um universo de 72 mil enfemeiros.
O antigo bastonário Germano Couto afirmou ao JN que não há “qualquer coerência em realizar a assembleia numa região que tem apenas 3% dos enfermeiros”. Já Maria Augusta Sousa, bastonária entre 2004 e 2011, criticou: “Sem a presença dos enfermeiros e quase só os membros da Ordem a votar, tudo é aprovado e não são feitos debates”.
Perante as criticas, Ana Rita Cavaco disse que “os anteriores bastonários da Ordem sempre foram pagos e receberam ajudas de custo. A diferença é que não passavam recibo nem faziam descontos”.
A atual bastonária da Ordem dos Enfermeiros diz receber vencimento total de 2.800 euros, fruto do vencimento-base que receberia caso estivesse a exercer a profissão acrescido do subsídio de função entretanto criado.
“O subsídio de função é um valor justo para o cargo, tendo em conta a actual situação do país e o salário dos enfermeiros”, disse.
De acordo com o regulamento aprovado, no caso de Ana Rita Cavaco, o valor a aufeir corresponde ao vencimento-base de um enfermeiro diretor grupo B (cerca de 3.40 euros íliquidos).
A responsável da Ordem atribui as críticas à aproximação das eleições para a Ordem, que se realizam em 2019.
