Tudo a propósito do patronato alemão pretender aumentar a produção do modelo T-Roc, em três turnos, sem mexer demasiado nos custos. Os trabalhadores não têm sido minimamente flexíveis na cedências de direitos sem contrapartidas económicas. O braço de ferro produz greves e faz temer uma eventual deslocalização de parte de produção do T-Roc, ou até uma decisão mais radical algures no futuro próximo. O certo é que está em causa 1% do PIB nacional.
Este caso não pode ser visto apenas no contexto laboral. Deve ser analisado à luz da estratégia presente e futura do PCP perante a realidade dos resultados das últimas eleições autárquicas. Os comunistas não estão a ganhar com a geringonça. O eleitorado parece agradecer apenas a António Costa e ao PS a mais rápida devolução dos rendimentos perdidos no auge da austeridade imposta pela ‘troika’ de credores. E, sendo assim, o PCP e a CGTP consideram ter de endurecer a sua posição nas lutas laborais. Brevemente aí estará também Mário Nogueira a chefiar as novas reivindicações do professores. Acabaram, finalmente, as férias para os comunistas! Mas o que seria verdadeiramente grave é que na Autoeuropa não se encontrasse espaço para um acordo de bom senso entre ambas as partes.