A nova comissão de trabalhadores defende que o sábado tem de ser pago como um dia extra, mesmo que os trabalhadores trabalhem cinco dias por semana, defende Fernando Gonçalves, líder da lista E, em entrevista ao Diário de Notícias.
“O sábado é um dia de descanso desde o 25 de abril. Não há volta a dar. Sempre foi pago como trabalho extraordinário e assim tem de continuar a ser mesmo que a semana de trabalho só tenha cinco dias”, acrescentando que “os trabalhadores aceitam trabalhar ao sábado desde que seja pago como um dia extraordinário”.
Na passada terça-feira foi escolhida a nova comissão de trabalhadores da Autoeuropa, onde foi eleita a lista E, sem maioria. Fernando Gonçalves afirmou que haverá uma reunião com as outras listas, uma vez que “temos o objetivo comum de defesa intransigente dos trabalhadores”.
Fernando acredita que haverá um entendimento entre os trabalhadores e a fábrica. “Haverá diálogo até chegarmos a um consenso”, defende. “Não pode haver chantagem constante na Autoeuropa de cada vez que é introduzido um modelo novo”.
A eleição da nova Comissão de Trabalhadores era o passo que a administração da empresa esperava para poder retomar o processo negocial com os trabalhadores, para a implementação de novos horários, incluindo o trabalho ao sábado.
Recorde-se que, para cumprir os prazos e volume de produção impostos pela Volkswagen, a Autoeuropa precisa de laborar em três turnos, seis dias por semana. Assim, foi proposto aos trabalhadores um pacote compensatório, que englobava um pagamento mensal de 175 euros adicional ao que previsto na lei, 25% de subsídio de turno e a atribuição de um dia adicional de férias. Em plenário, e com 75% de votos, os trabalhadores rejeitaram este cenário, o que levou à greve do passado dia 30 de agosto.
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