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UCI avança com seis tendências para o crédito à habitação em 2022

Uma das tendências é a bonificação no crédito habitação para casas com elevada eficiência energética, defende a UCI Portugal.
21 Fevereiro 2022, 18h49

A União de Créditos Imobiliários (UCI), que tem uma sucursal em Portugal, indica os seis pontos essenciais que constituem as tendências para este ano para quem vai avançar com um pedido de crédito habitação. Estas 6 tendências “apontam o caminho para o crédito habitação do futuro, com soluções mais focadas nas reais necessidades dos clientes e não naquilo que interessa à banca tradicional, resultando num processo centrado no essencial e com menos obrigações acessórias para os clientes”, defende a UCI.

Em comunicado Pedro Megre, CEO da UCI Portugal, diz que uma das tendências será encurtar prazos de maturidade na concessão de crédito “para reduzir o endividamento dos clientes”.

O Banco de Portugal já tinha definido como objetivo que até ao final de 2022 a maturidade média dos novos contratos de crédito habitação se aproximasse dos 30 anos, mas emitiu recentemente uma nova recomendação macroprudencial que reforça esse objetivo. Esta nova recomendação entra em vigor a partir de 1 de abril e determina que o prazo máximo de 40 anos no crédito habitação só possa ser contratado por pessoas com idade igual ou inferior a 30 anos, descendo o prazo máximo para os 35 anos para pessoas com idades iguais ou superiores a 35 anos.

“Vai-se assim reforçar uma tendência já iniciada nos últimos anos para que os prazos do crédito habitação encurtem, o que pode ser encarado pelo cliente, à primeira vista, como algo mau, mas não é necessariamente assim. Na hora de contratar um crédito habitação, é natural ter a tentação de alargar ao máximo o prazo para que a prestação seja a mais baixa possível. Mas é importante fazer as contas e olhar para a totalidade do empréstimo, e perceber que para poupar uns quantos euros na prestação mensal, se pode acabar com um empréstimo mais caro, porque se tem de pagar juros durante mais tempo”, diz a UCI Portugal.

“O ideal é, por isso, optar pelo prazo mais curto possível, tendo em conta um valor mensal de prestação que permita manter a qualidade de vida”, defende a UCI.

Depois a outra tendência é a bonificação no crédito habitação para casas com elevada eficiência energética. “Na compra de casa, a sustentabilidade é, cada vez mais, um conceito central, tal como se tem tornado noutras áreas da nossa vida. E quem pensa que ter soluções green é algo acessório, está muito enganado, porque se trata cada vez mais de uma imposição, seja dos clientes cada vez mais conscientes e exigentes, seja do próprio planeta que nos dá vários alertas para a finitude dos seus recursos”, defende a sucursal do banco espanhol.

Esta é uma tendência que vem de trás, mas que vai intensificar-se, e no crédito habitação passa já atualmente por conceder condições especiais a quem pretende comprar casas com elevada eficiência energética. “E atenção, que as vantagens de fazê-lo vão muito além da questão ambiental, traduzindo-se mensalmente em poupanças nas faturas de energia”, avança ainda a UCI.

“Junta-se assim o útil ao agradável, poupar o ambiente, poupando dinheiro”, refere.

A outra tendência, na perspetiva da UCI é o processo de contratação do crédito ser cada vez mais digital.

“Outra exigência do mercado é a conversão digital dos processos, um caminho que já estava a ser feito antes da pandemia, mas que se intensificou claramente nos últimos 2 anos fruto da necessidade de ultrapassar os constrangimentos da distância”, diz a UCI Portugal em comunicado.

Soluções de verificação digital da identidade e a assinatura digital de documentação têm de fazer parte das soluções de crédito habitação atuais, assim como a procura de soluções digitais para acesso a documentação de forma simples e rápida, que poupe o tempo do cliente e facilite a progressão do processo, realça a instituição.

“Ter um crédito habitação aprovado sem nunca se ter sentado na mesma sala que consultor, é cada vez mais uma realidade e o que não significa que haja uma desumanização do processo, porque a comunicação é até mais constante e próxima do que a de outrora, apenas transitámos de um contexto de comunicação presencial, para outro de comunicação à distância”, defende a UCI.

O banco especializado em crédito imobiliário diz que “caminhamos para que todo o processo possa ser digital e para que o cliente possa no seu telemóvel, a qualquer momento, simular soluções de crédito habitação, fazer um pedido de proposta, submeter a documentação necessária, validar as soluções apresentadas e saber o estado do seu processo”.

A quarta tendência refere-se ao acompanhamento onde e quando o cliente precisa. Como em várias outras áreas, também no crédito habitação se torna tendência ajustar às necessidades dos clientes não só as soluções, mas também a própria forma como o serviço é disponibilizado.

“A função primordial de um consultor é garantir a melhor solução para o perfil de cada cliente, ajudando-o a manter ou até melhorar a sua qualidade de vida”, considera a UCI.

Mas essa não é a única preocupação de um consultor, que cada vez mais tem de saber adequar horários e deslocações de acordo com as necessidades e a disponibilidade do cliente. “A ideia de que o cliente tem de se sujeitar ao horário de funcionamento da empresa está obsoleta e, especialmente nos casos dos serviços, é importante estar onde e quando o cliente precisa”, explica o banco.

O objetivo é a concessão do crédito habitação, mas também que o processo seja o mais simples e cómodo para quem o contrata, porque comprar casa deve ser a realização de um sonho, não uma complicação.

Depois surge a liberdade de não ter produtos adicionais. A UCI considera que a liberdade é cada vez mais uma palavra de ordem quando se fala de direitos do consumidor, e no caso do crédito habitação passa por não ter de lidar com produtos acessórios num momento em que o que interessa é comprar casa e não falar em PPR, fazer um novo cartão de crédito ou subscrever um novo produto bancário para aceder a uma redução de spread que até pode não representar uma poupança na totalidade do empréstimo.

“Porque o spread é um custo entre outros, e para ter noção da globalidade dos custos tem de se olhar antes para o MTIC e TAEG”, avisa a UCI.

“Falamos de liberdade num sentido mais profundo porque a subscrição desses produtos faz com que as condições de financiamento acordadas fiquem dependentes desses produtos para a totalidade do empréstimo. O que significa que, se a qualquer momento o cliente desejar cancelar um dos produtos contratados, se arrisca a ver o spread contratado a passar para o valor do spread base”, alerta a instituição.

Por isso, cada vez mais os clientes querem focar-se naquilo que verdadeiramente lhes interessa, no crédito habitação, conclui a sucursal em Portugal da instituição espanhola.

Por fim a sexta tendência é a abertura só da porta da nova casa, mas de nova conta não. Hoje em dia, “já não faz sentido ter de trocar de banco ou abrir uma nova conta para se ter acesso a um crédito habitação”.

“Passar por esse processo burocrático, já para não falar dos custos e do trabalho de alterar débitos diretos e afins, é um mau uso de recursos. Faz sentido que o cliente trabalhe o crédito habitação com a entidade que lhe faz a proposta mais adequada às suas necessidades, e que as prestações possam ser cobradas em qualquer conta que o cliente tenha”, defende a UCI que considera ser “uma mudança de mentalidade necessária, que mais uma vez foca a conversa naquilo que interessa, o crédito habitação, acabando com a visão de produto âncora que a banca tradicional tem perpetuado”.

 

 

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