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Avante!: Presidente diz que gostava de estar errado ao ser “menos otimista”

O Presidente da República disse este sábado que gostava de estar errado ao ser “menos otimista” quanto à realização da “Festa do Avante!” no contexto de pandemia de Covid-19, explicando que o problema é a perceção da opinião pública.
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    José Sena Goulão/Lusa
5 Setembro 2020, 20h06

“Gostaria de esperar que eu próprio não tivesse razão por ser menos otimista do que aqueles que estão muito otimistas”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa em declarações aos jornalistas junto ao hotel onde está hospedada a seleção portuguesa de futebol, no Porto, antes do jogo entre Portugal e Croácia para a Liga das Nações de futebol, que vai decorrer este sábado no Estádio do Dragão.

De acordo com o Presidente, o problema com a realização da “Festa do Avante!”, que o PCP organiza anualmente, “não é um problema estrito, (se) está bem organizado ou mal organizado, é a perceção que a opinião pública tem em relação ao acontecimento”.

“A perceção da DGS (Direção-Geral da Saúde) e do partido organizador é uma, a perceção de uma parte da população portuguesa é outra”, apontou Marcelo. O Presidente recusou ainda adiantar se vai visitar a edição deste ano do evento, mas recordou que já lá esteve “várias vezes” em anos anteriores.

O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, havia desafiado horas antes o Presidente da República a visitar a 44.ª “Festa do Avante!” e “ver para crer”, em vez de “dar uma mãozinha” ao PSD com as críticas ao evento numa altura em que se vive uma pandemia.

Em resposta, Marcelo Rebelo de Sousa lembrou que tem mantido contacto que com os dirigentes do partido organizador e que lhe foi apresentando o plano de contingência para o evento.

“Apresentaram-me o plano de contingência todo, eu sei-o da frente para trás, de trás para a frente”, reforçou o Presidente da República.

Na sexta-feira, o Presidente da República havia-se confessado “menos otimista” do que a DGS e do que o PCP quanto à realização do evento, acrescentando tratar-se de um problema de “avaliação política”.

Este ano, o evento comunista, que decorre de sexta-feira a domingo no Seixal, distrito de Setúbal, tem estado debaixo de polémica devido ao contexto pandémico de Covid-19, com críticas sobretudo dos vários partidos políticos mais à direita, mas também de outras personalidades.

As autoridades sanitárias definiram uma lotação máxima do recinto de cerca de 16.500 pessoas em simultâneo, entre sábado e domingo, e obrigaram a plateias sentadas nos espetáculos, ao mesmo tempo que impediu o consumo de bebidas alcoólicas.

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