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Banca reduziu malparado em 4,5 mil milhões no último trimestre do ano passado

Os bancos a operar em Portugal reduziram a carteira de créditos não performantes em 20,9% entre setembro e dezembro de 2019.
2 Abril 2020, 11h36

A qualidade do crédito dos bancos a operar em Portugal melhorou no último trimestre do ano passado ao reduzirem o stock de crédito malparado (da sigla em inglês, NPL) em 4,5 mil milhões de euros, o que se traduz numa diminuição de 20,9% face ao trimestre anterior.

Segundo o relatório “Sistema Bancário Português: Desenvolvimentos Recentes” divulgado esta quinta-feira pelo Banco de Portugal (BdP), as instituições financeiras em Portugal tinham, em setembro do ano passado, 21.736 milhões de euros em malparado, que baixou para 17.194 milhões em dezembro de 2019.

O BdP explicou que “esta evolução traduziu-se numa redução do rácio de NPL, para 6,1% (-1,6 pp). O rácio de NPL líquido de imparidades atingiu 3,0% (-0,6 pp)”.

Por setores, o valor dos empréstimos não performantes das empresas caíram cerca de 3,7 mil milhões, o que representa uma queda trimestral em cadeia de 3,5 pontos percentuais, isto é, 12,3%. Também o montante dos empréstimos não performantes dos particulares decresceu em 0,3 pontos percentuais, uma redução de 3,7% face ao terceiro trimestre, o que corresponde a uma diminuição de 400 milhões de euros.

“O rácio de cobertura dos NPL por imparidades diminuiu de 53,5% para 51,3%. Em particular, o rácio de cobertura no segmento das SNF reduziu-se em 2,2 pp, para 56,3%, enquanto no segmento dos particulares registou um aumento de 0,2 pp, situando-se em 42,3%”, adiantou o supervisor da banca”.

O ativo total diminuiu ligeiramente 1,3% no quarto trimestre de 2019, de 397,2 mil milhões de euros para 392,2 mil milhões de euros.

O BdP referiu que “esta evolução esteve largamente associada à alienação de filiais localizadas no exterior por um dos principais bancos portugueses” e também devido à diminuição de 1,3% da carteira de créditos a clientes e da diminuição de 3,9% da exposição a títulos de dívida pública. O financiamento obtido junto de bancos centrais caiu 7%, situando-se em 4,4% do ativo.

Já o rácio de transformação contraiu 0,7 pontos percentuais, fixando-se em 87,3%. “Esta evolução deveu-se a uma diminuição da carteira de empréstimos superior à dos depósitos de clientes (0,5%), também associadas ao já referido evento na atividade internacional. O rácio de cobertura de liquidez aumentou 7,5 pp, situando-se em 218,4%, beneficiando da evolução dos ativos de elevada liquidez”, disse o BdP.

A nível de requisitos de capital, os rácios de o rácio de fundos próprios totais e o rácio de fundos próprios principais de nível 1 (CET 1) registaram ambos uma subida de 0,3% para 16,7% e 14,1%, respectivamente, devido, essencialmente à diminuição de 1,8% dos ativos ponderados pelo risco.

“O rácio de alavancagem manteve-se significativamente acima do mínimo de referência definido pelo Comité de Supervisão Bancária de Basileia (3%), o qual se tornará um requisito de cumprimento obrigatório a partir da data de início de aplicação do novo CRR (28 de junho de 2021)”, referiu o supervisor.

A rendibilidade do ativo dos bancos a operar em Portugal melhorou no ano passado face a 2018, para 0,75%, enquanto a rendibilidade dos capitais próprios (ROA) subiu para 8,1%.

“A evolução do ROA refletiu, sobretudo, uma reversão líquida de provisões e, em menor grau, o crescimento dos resultados de operações financeiras e da margem financeira. Este contributo positivo para o ROA foi atenuado, porém, por um aumento das imparidades, e, em menor dimensão, por um crescimento dos custos operacionais e por uma deterioração da rubrica outros resultados”.

O rácio cost-to-income diminui em 1,1% para 59,2% porque a subida do produto bancário superou o aumento dos custos de operação.

O custo do risco de crédito situou-se em 0,50%, tendo aumentado 0,09 pp face a 2018, devido a um aumento das imparidades para crédito superior ao crescimento da carteira de empréstimos a clientes.

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