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Banco de Inglaterra corta previsão de crescimento britânico para 1,4%

O Banco de Inglaterra reviu esta quinta-feira em baixa a projeção para o crescimento económico do Reino Unido entre janeiro e março. Após uma reunião de política monetária, o banco central manteve juros e programa de estímulos inalterados.
  • Frank Augstein/Reuters
10 Maio 2018, 13h07

O Banco de Inglaterra reviu esta quinta-feira em baixa a projeção para o crescimento económico do Reino Unido para este ano e manteve as estimativas de inflação. Após uma forte desaceleração da economia, relacionada com o mau tempo, o banco central liderado por Mark Carney defendeu que a incerteza sobre o Brexit está a pesar na economia britânica.

A economia do Reino Unido deverá crescer 1,4% este ano, segundo a nova estimativa, que representa um corte face à anterior projeção de 1,8%. Para 2019 e 2018, o Banco de Inglaterra reviu também as previsões em baixa, para 1,8% e 1,7%, respetivamente.

“O recente enfraquecimento dos dados no primeiro trimestre são consistentes com um efeito temporário com poucas implicações”, explicou o banco central, no relatório publicado esta quinta-feira, após uma reunião do Comité de Política Monetária. Entre janeiro e março, as dificuldades criadas pela neve aos negócios levou o produto interno bruto a crescer apenas 0,1%, face à estimativa de 0,4%.

O Banco de Inglaterra defendeu que irá acompanhar a situação nos próximos meses, “para discernir se a suavidade no primeiro trimestre poderá persistir”. Por outro lado, a incerteza associada ao Brexit é dado pela instituição como um fator certo que penaliza a economia.

“Apesar de o investimento empresarial continuar condicionado pelas incertezas relacionadas com o Brexit, tem sido suportado, tal como as exportações, por uma forte procura global e condições financeiras acomodatícias”, refere. “O crescimento do consumo dos agregados familiares continua subjugado, em linha com o crescimento modesto dos rendimentos reais”.

Juros e estímulos ficam à espera dos desenvolvimentos económicos

Na reunião desta quinta-feira, o Comité decidiu manter os juros de referência em 0,5%, com uma maioria de sete dos membros contra dois. Os decisores políticos concordaram também em manter o programa de compra de ativos ao ritmo atual, de 10 mil milhões de libras em obrigações empresariais e 435 mil milhões de euros de obrigações do Governo britânico.

A decisão não é surpreendente já que o banco central tinha aumentado os juros em 0,25 pontos, em novembro. O grupo liderado por Mark Carney reforçou, no entanto, a ideia que novas subidas não estão fora dos planos.

“Se a economia continuar a funcionar como esperado, provavelmente crescerá ao ritmo mais rápido possível sem sobreaquecer. Nesse caso, consideramos que será necessário aumentar ainda mais as taxas de juros, reduzindo a quantidade de apoio fornecido à economia”, refere o banco central.

“Taxas de juros mais elevadas podem parecer uma coisa má, especialmente para quem tem muita dívida. Mas são um sinal de que a economia está a crescer ao ritmo mais rápido possível e que é capaz de suportar salários mais elevados. Pequenos aumentos nas taxas de juros agora podem evitar a necessidade de subidas maiores depois”, acrescentou.

Logo após a divulgação do relatório, a libra começou a desvalorizar face às principais pares. A moeda britânica deprecia-se 0,16% para 1,352 dólares e 0,41% contra o euro para 0,878 libras.

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