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Bancos centrais criam grupo para estudar utilização de moedas digitais

Um conjunto de seis bancos centrais criaram um grupo informal para analisarem “potenciais casos” de utilização de moedas digitais emitidas pelos próprios reguladores nas respectivas jurisdições. O Banco de Compensações Internacionais (da sigla inglesa, BIS) também se associou a este projeto.
  • Banco de Compensações Internacionais
    Banco de Compensações Internacionais
22 Janeiro 2020, 07h40

“O Banco do Canadá, o Banco de Inglaterra, o Banco do Japão, o Banco Central Europeu, o Sveriges Riksbank [Banco da Suécia] e o Banco Nacional suíço, em conjunto com o BIS, criaram um grupo para a partilha de experiências enquanto estudam casos potenciais de utilização de moedas digitais de bancos centrais [da sigla inglesa, CBDC] nas respectivas jurisdições”, anunciou o BIS em comunicado.

Entre os casos de uso para as CBDC, que são moedas digitais emitidas pelos próprios bancos centrais, o grupo vai analisar “a interoperabilidade transfronteiriça” e “a partilha de conhecimento sobre tecnologias emergentes”, detalha o documento.

Além disso, o grupo “estará em estreita colaboração com outras instituições e fóruns – em particular, com o Board da Estabilidade Financeira e o Comité dos Pagamentos e Infraestruturas de Mercado (da sigla inglesa, CPMI).

O grupo será co-liderado por Benoît Cœuré, que deixou o Banco Central Europeu em novembro de 2019 para liderar o departamento de inovação do BIS nos próximos cinco anos, e Jon Cunliffe, deputy governor do Banco de Inglaterra e chairman do CPMI.

Emitir moedas digitais por bancos centrais não é para já

A emissão de moedas digitais já é um tópico de discussões nos bastidores dos bancos centrais e não deverá passar disso num futuro próximo.

Agustín Carstens, antigo governador do Banco do México e atual general manager do BIS apresentou as conclusões de um inquérito realizado junto de mais de 60 bancos centrais, que representam 80% da população mundial, no qual mais de 60% dos inquiridos vêm muito poucas probabilidades de emitirem moedas digitais no curto e médio prazo.

O general manager do BIS discursou no Banco Central da Irlanda, em março de 2019, e explicou as três razões principais que o levaram a afirmar que “ainda existe uma procura clara para as CBDC”.

“A introdução de CBDC teria um grande impacto no sistema financeiro, ainda não existe uma notória quebra generalizada da utilização do dinheiro físico e os bancos centrais não se sentem compelidos para enfrentar uma grande alteração na forma como dirigem a política monetária”, disse o ex-governador do Banco do México.

“Os bancos centrais não travam a inovação apenas para a travar. Mas também não não aceleram em frente sem observar o trânsito que têm pela frente. E temos de ter a certeza de que as inovações estão a ir no caminho certo para a economia, para as empresas, para os cidadãos e para a sociedade como um todo. E é isto que estamos a fazer agora”, concluiu Agustín Carstens.

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